Na noite dessa sexta-feira, 15, durante a abertura do Festival de Gramado 2025, Rodrigo Santoro recebeu o Kikito de Cristal pelo conjunto da obra na 53ª edição do evento, realizado na Serra Gaúcha. A honraria é tradicionalmente entregue a celebridades de renome internacional, como Santoro, que despontou para o mundo com Bicho de Sete Cabeças (2000). Vale lembrar que o ator já havia sido homenageado anteriormente em Gramado, em 2014, com o Troféu Cidade de Gramado.
Ao longo da carreira, Santoro atuou em Hollywood em projetos como 300 (2006), O Que Esperar Quando Você Está Esperando (2012), Golpe Duplo (2015) e Ben-Hur (2016). Entre os artistas que já foram agraciados com o prêmio estão Alice Braga, Leonardo Sbaraglia, Cecilia Roth e Juan José Campanella.

Rodrigo Santoro também se fez presente por outro motivo. Ele integra o elenco de O Último Azul, de Gabriel Mascaro, filme de abertura do evento. Em fevereiro, o projeto, que mistura aventura, drama, fantasia e ficção científica, saiu como nada menos que três troféus do Festival de Berlim, um dos mais conceituados do circuito. Foram eles: Troféu Berliner Morgenpost Readers, Troféu do Júri Ecumênico e Urso de Prata (Grande Prêmio do Júri).
Em entrevista exclusiva ao Papo de Cinema na manhã deste sábado, 16, Santoro falou sobre O Último Azul, carreira e também sobre a honraria. Confira!
FESTIVAL DE GRAMADO 2025: RODRIGO SANTORO
O ÚLTIMO AZUL
A trama é ambientada na Amazônia, em um Brasil distópico, onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional em que vão “desfrutar” seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio compulsório, Tereza (Denise Weinberg), uma mulher de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo. No caminho, Cadu (Santoro) é um dos primeiros a lhe auxiliar.
Questionado sobre o que mais o atraiu no personagem, Santoro explicou em detalhes a complexidade de Cadu: “o que me cativou no Cadu foi justamente o fato dele ser um olhar na contramão do que a gente está acostumado a ver nos personagens masculinos no cinema. Especialmente, é um homem solitário num barco – e o barco é um símbolo de liberdade. O Cadu, no entanto, é uma prisão. Ele sofre a dor de estar longe do seu amor e é obrigado a entrar em contato com suas fragilidades, assumir as suas fragilidades”.
O ator também acrescentou que tem um interesse particular por personagens diferentes de sua própria realidade: “tenho um apetite por personagens diferentes, distantes da minha realidade, porque é justamente onde consigo expandir meu olhar como artista e como ser humano, quebrar preconceitos e aprender sobre outras realidades, outras pessoas, sobre as diferenças. Acho isso riquíssimo”.

E sobre a relevância de O Último Azul no cinema brasileiro e internacional, Rodrigo avaliou: “o filme tem um lugar de muito destaque nesse momento. Começamos o ano sendo premiados em Berlim, que é um festival muito importante, com critérios bem específicos. A temática do filme é absolutamente universal, porque trata de como lidamos com o envelhecimento. Todos, em algum momento, lidamos com idosos, seja na família, no trabalho, ou em nós mesmos. Além disso, a forma como o Gabriel narra a história, com humor e poesia, envolvendo o espectador, filmando na Amazônia, nos rios, promove um debate contemporâneo, urgente e muito importante sobre como a sociedade lida com essa questão”.
KIKITO DE CRISTAL
Rodrigo Santoro também refletiu sobre a emoção de ser homenageado novamente em Gramado: “é uma sensação muito diferente, para te falar a verdade. É a sua homenagem, primeiro porque o Kikito simboliza a trajetória internacional. É um reconhecimento que nunca havia recebido aqui no Brasil. Já recebi fora, em festivais na Itália, em Los Angeles, mas aqui foi a primeira vez. Senti uma sensação muito particular. Estou completando 50 anos, um marco simbólico, e faço uma reflexão sobre minha carreira e minha história. Me sinto ótimo, cheio de planos, desejos e vontade de fazer muitas coisas, muitos projetos. Nunca tive tantos projetos. Curiosamente, aos 50 anos, me vejo mais ativo do que nunca e muito feliz de estar participando desse momento do cinema brasileiro”.
E não esqueça! O Papo de Cinema está presente no Festival de Gramado 2025 e, até o final do evento, seguirá trazendo críticas, notícias e entrevistas exclusivas, oferecendo aos leitores uma cobertura completa e aprofundada de um dos mais importantes festivais de cinema do país.
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