O cineasta e produtor Roberto Farias morreu nesta segunda-feira, 14, aos 86 anos, no Rio de Janeiro. De acordo com os familiares, ele estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, para o tratamento de um câncer. O velório ocorrerá  no Memorial do Carmo, na Zona Portuária da capital fluminense, e o enterro se dará em Nova Friburgo, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, cidade onde nasceu em 1932.

Irmão de Reginaldo Faria e, consequentemente, tio de Marcelo Faria – o “s” decorre de um erro de registro –, Roberto chegou ao Rio nos anos 50 para cursar Belas Artes e acabou entrando na Atlântida Cinematográfica, um dos maiores berços da chanchada brasileira. Em seu currículo constam mais de 25 longas-metragens como diretor e produtor, entre eles Rico ri à Toa (1957), O Assalto ao Trem Pagador (1962), Os Paqueras (1968) – considerada a primeira pornochanchada –, Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora (1971), Pra Frente, Brasil (1981) e Os Trapalhões no Auto da Compadecida (1987).

Com Pra Frente, Brasil, retrato duro e corajoso do tratamento dispensado pela Ditadura Civil-Militar brasileira aos considerados “subversivos”, lançado com o regime ainda vigente, diga-se de passagem, ganhou prêmios no Festival de Berlim, Gramado, Huelva, entre outros. Roberto  também trabalhou na televisão, além de ser presidente da Embrafilme (1974-1978) e da Academia Brasileira de Cinema.

 

O Canal Brasil, do qual Roberto foi um dos fundadores, divulgou uma nota de pesar à imprensa:

É com grande pesar que comunicamos o falecimento do amigo e sócio-fundador do Canal Brasil, Roberto Farias, aos 86 anos, nesta manhã (14 de maio), no Rio de Janeiro, vítima de câncer. Diretor-presidente da Academia Brasileira de Cinema, o cineasta realizou mais de 25 longas-metragens como diretor, produtor, distribuidor e roteirista, entre eles Assalto ao Trem Pagador, Selva Trágica, Cidade Ameaçada, Toda Donzela Tem um Pai que É Uma Fera e Pra Frente, Brasil. O velório será amanhã (15 de maio), das 9h às 17h, na Capela 1 do Memorial do Carmo.

Natural de Nova Friburgo (RJ), Roberto Farias iniciou a carreira no começo dos anos 1950, como assistente do diretor Watson Macedo. Seus primeiros longas como diretor foram as chanchadas Rico Ri à Toa (1957) e No Mundo da Lua (1958). Em 1965, criou a Difilm, distribuidora independente, junto com cineastas e produtores do Cinema Novo como Luiz Carlos Barreto e Glauber Rocha. Nas décadas de 1960 e 1970, trabalhou com Roberto Carlos na direção de Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa, Em Ritmo de Aventura e Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora. Na TV, dirigiu as minisséries As Noivas de Copacabana, Contos de Verão, Menino do Engenho, Memorial de Maria Moura e Decadência.

O Brasil perdeu um dos seus maiores cineastas, o cinema brasileiro uma de suas principais lideranças e nós do Canal Brasil, um grande e queridíssimo amigo.  Uma perda irreparável. 

PAULO MENDONÇA
Diretor geral e sócio do Canal Brasil

 

 

(Fonte: Redação PdC)

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