Robert Redford, um dos maiores ícones da história de Hollywood, faleceu nesta terça-feira, 16, aos 89 anos. O ator e cineasta vencedor do Oscar estava em sua casa em Utah, nos Estados Unidos. A morte foi anunciada em um comunicado de Cindi Berger, diretora-executiva da empresa de publicidade Rogers & Cowan PMK, enviado ao New York Times. A causa não foi revelada, mas Redford morreu enquanto dormia.
Redford atuava regularmente no cinema e na TV desde os anos 1960. Butch Cassidy (1969), Todos os Homens do Presidente (1976), Um Homem Fora de Série (1984) e Gente como a Gente (1980) foram alguns dos sucessos que eternizaram seu nome na história da sétima arte. A seguir, relembre sua trajetória.
ROBERT REDFORD
INÍCIO
Robert Redford nasceu em 18 de agosto de 1936, em Santa Monica, Califórnia, filho de Martha Woodruff Redford e Charles Robert Redford Sr., um contador. De ascendência irlandesa, escocesa e inglesa, passou parte da infância em Van Nuys, enquanto o pai trabalhava em El Segundo. Costumava visitar o avô materno no Texas, experiências que despertaram nele o amor pela natureza e o interesse pelo ambientalismo.
Na juventude, estudou na Van Nuys High School, onde se destacou mais em esportes e arte do que em sala de aula. Teve poliomielite leve aos 11 anos. Mais tarde, ingressou na Universidade do Colorado, mas perdeu a bolsa e foi expulso após problemas com bebida. A experiência o levou a viajar pela Europa. De volta aos Estados Unidos, dedicou-se à pintura no Pratt Institute, em Nova York, e depois estudou atuação na American Academy of Dramatic Arts, formando-se em 1959.
Sua carreira começou em Nova York, atuando tanto no teatro quanto na TV. Estreou na Broadway em 1959, em Tall Story. O grande destaque veio em 1963, quando estrelou a peça Barefoot in the Park, de Neil Simon. Paralelamente, tornou-se presença frequente em séries de TV, tendo estreado em 1960 com Maverick. No mesmo ano, debutou nas telonas com Até os Fortes Vacilam.
AUGE
O primeiro grande reconhecimento da carreira de Robert Redford veio com À Procura do Destino (1965), que lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor revelação masculina. Dois anos depois, conquistou público e crítica com Descalços no Parque (1967), ao lado de Jane Fonda. Mas foi em 1969 que consolidou seu nome em Hollywood com Butch Cassidy, ao lado de Paul Newman, onde viveu o lendário pistoleiro Sundance Kid. O longa, que revisita o faroeste sob uma ótica mais irônica e desencantada, tornou-se símbolo da chamada Nova Hollywood, movimento que renovava a linguagem do cinema norte-americano no período.

Nos anos seguintes, Redford multiplicou sucessos. Em Mais Forte que a Vingança (1972), interpretou um caçador solitário em uma narrativa que misturava western e drama de sobrevivência. No mesmo período, brilhou em Nosso Amor de Ontem (1973), drama romântico com Barbra Streisand. No mesmo ano, alcançou um de seus maiores triunfos com Golpe de Mestre, pelo qual foi indicado ao Oscar de melhor ator. No longa, interpretava Johnny Hooker, um vigarista que, junto de Paul Newman, planeja um elaborado golpe contra um poderoso criminoso.
Sua imagem de galã charmoso e versátil se consolidou ainda mais com O Grande Gatsby (1974), adaptação do clássico de F. Scott Fitzgerald, e com Três Dias do Condor (1975), thriller político de espionagem que se tornou um ícone do gênero. Já em Todos os Homens do Presidente (1976), deu vida ao jornalista Bob Woodward, que, junto de Carl Bernstein (Dustin Hoffman), investigou o escândalo Watergate, levando à renúncia do presidente Richard Nixon. Considerado um dos melhores filmes sobre jornalismo, o longa reforçou a ligação de Redford com temas políticos e sociais. Não por acaso, na década de 1970, ele venceu três Globos de Ouro na categoria de “ator preferido do cinema mundial”, um reflexo de sua enorme influência cultural e popularidade.
O prestígio se estendeu para trás das câmeras. Com Gente como a Gente (1980), seu primeiro trabalho como diretor, Redford conquistou o Oscar de melhor direção. O drama acompanha uma família de classe média que enfrenta o luto pela perda de um filho e a dificuldade de comunicação entre pais e o filho sobrevivente.

Nos anos 1980, seguiu com êxitos. Um Homem Fora de Série (1984) retratava a vida do atleta Roy Hobbs, um talentoso jogador de beisebol marcado por tragédias pessoais, filme que reforçou o imaginário norte-americano em torno do esporte nacional. Já Entre Dois Amores (1985), no qual atuou ao lado de Meryl Streep, tornou-se um clássico romântico vencedor de sete Oscars, incluindo o de melhor filme.
Na década de 1990, voltou ao Oscar com Quiz Show: A Verdade dos Bastidores (1994), drama que dirigiu e produziu. Baseado em fatos, o longa narra o escândalo de manipulação em programas de perguntas e respostas da televisão americana nos anos 1950, sendo indicado tanto a melhor filme quanto a melhor direção. Proposta Indecente (1993) e Íntimo & Pessoal (1996) também são destaques da década.

DÉCADAS SEGUINTES
Nos anos 2000 e 2010, Robert Redford manteve-se ativo com projetos que chamaram atenção tanto pela força dramática quanto pelo engajamento político. Dirigiu e estrelou Leões e Cordeiros (2007), sobre a guerra do Afeganistão, e voltou à direção em Sem Proteção (2012), investigando os resquícios do ativismo político dos anos 1970. Como ator, brilhou em Até o Fim (2013), onde interpreta um homem à deriva em alto-mar praticamente sem falas durante todo o filme, atuação que lhe rendeu aclamação crítica. Já em Por Aqui e Por Ali (2015), ao lado de Nick Nolte, mostrou uma faceta mais leve, em tom de comédia dramática.
E uma nova geração passou a conhecê-lo por sua participação no Universo Cinematográfico da Marvel. Redford viveu Alexander Pierce, alto oficial da S.H.I.E.L.D. que, mais tarde, se revela um dos líderes secretos da Hidra. O personagem apareceu em Capitão América: O Soldado Invernal (2014) e retornou em Vingadores: Ultimato (2019), marcando presença em uma das sagas de maior impacto da cultura pop contemporânea.
Além do trabalho como ator e diretor, Redford recebeu em 2002 um Oscar honorário em reconhecimento à sua trajetória no cinema
Sua última contribuição artística ocorreu em 2025, com uma participação especial na série Dark Winds. Na vida pessoal, Redford era casado desde 2009 com a artista alemã Sibylle Szaggars. Ele deixa quatro filhos: James, Amy, Shauna e Scott.
UM ÍCONE ETERNO
Mais do que um artista premiado, Robert Redford deixa um legado que atravessa gerações. Ícone de uma era em que Hollywood se reinventava, soube unir charme e densidade dramática, tornando-se símbolo do galã reflexivo. Ao mesmo tempo, consolidou-se como cineasta sensível, capaz de revelar fragilidades humanas em obras marcantes.
Fora das telas, criou o Festival de Sundance, pilar do cinema independente e plataforma essencial para novos talentos. Redford permanece como um dos rostos definitivos da história do cinema, deixando à sétima arte uma herança de integridade, relevância cultural e amor pelo ofício.
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