Nascido em Pernambuco, radicado no Rio de Janeiro e morando nos últimos tempos em Porto Alegre, Jorgeh Ramos deixa órfão o trailer brasileiro de boa parte das produções nacionais e estrangeiras, que poderiam contar com a sua voz. Lutando contra um câncer há cerca de um ano, um dos locutores mais famosos do Brasil faleceu, aos 73 anos, na noite deste domingo, 30, no Hospital Mãe de Deus, na capital gaúcha, onde estava internado desde a semana passada devido a uma pneumonia.
Com milhares de trailers no currículo, Ramos foi eleito pela Disney como a melhor dublagem de O Rei Leão (1994), na pele do cruel Scar, e fez também o malvado Jafar em Aladdin (1992) e o terrível Rasputin em Anastasia (1997). Mas não se deixe enganar pela relativa seleção de tipos malvados, pois era dele a voz do impagável Zé Buscapé e Dom Pixote, no desenho A Arca do Zé Colmeia (1972), e também de Polegar no clássico Grande Polegar: Detetive Particular (1973). Ainda no cinema, emprestou a voz para Gene Hackman, em Sem Saída (1987) e Julgamento Final (1991), dublou Steve Martin em O Pai da Noiva (1991) e foi também Arnold Schwarzenegger na primeira versão de O Exterminador do Futuro (1984).
Ramos começou a carreira no teatro amador, depois veio a televisão, gostava do ofício de ator, escreveu, dirigiu peças e investiu na criação do Centro Popular de Conspiração Gargarullo, em Miguel Pereira, onde o objetivo era formar profissionais de artes cênicas. Mas foi a voz e muitas frases marcantes nos trailers, como um simples “breve nos cinemas” que, definitivamente, o consagraram Brasil afora e também no mundo. Na verdade, foram muitos trabalhos e, certamente, você conhece a voz e as entonações desse grande ícone auditivo, sempre presente “num cinema perto de você“.
(Fonte: Redação PdC)