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Sinopse

Paula é uma cirurgiã plástica que aplica em si própria uma fórmula experimental para acabar com as celulites. O procedimento dá errado e ela acaba morrendo. Com a ajuda de um amigo médium, a médica volta à Terra para evitar que sua sócia coloque o nocivo produto no mercado.

Crítica

O Brasil é um dos maiores no mercado mundial ligado a estética. A proliferação de salões de beleza de diversos tipos e a propaganda maciça na TV retratam essa realidade. Linda de Morrer tira proveito dessa “compulsão”, mirando no pior inimigo da mulheres: a celulite. Agora, é esperar para ver se vai acertar no gosto do espectador e se a propaganda boca-a-boca terá efeito de vitamina ou não.

Paula (Gloria Pires) é mãe, é meio neurótica, só tem tempo para o trabalho e descobriu uma fórmula para acabar com a celulite e deixar as mulheres felizes. Vaidosa ao extremo, usa o próprio “remedinho”, mas não contava que o produto que a deixou linda tivesse problemas. Como resultado, os efeitos colaterais acabam lhe matando. Por uma “feliz” coincidência, uma mãe de santo (Suzana Vieira) morre no mesmo momento e será o neto dela (Emílio Dantas) o caminho “paranormal” para que Paula salve futuras vítimas e ainda tente se redimir com a própria filha (Antonia Morais).

Carregando no humor escrachado, o roteiro escrito a 10 mãos se aproveita ao máximo dos efeitos colaterais (loucura e tesão) do tal remédio para provocar o riso. Tira sarro de programa feminino matinal, de sertanejo universitário, dos gays, da dependência pela beleza, telefone celular etc. Ao mesmo tempo, encaixa uma pegada romântica e dramática ao abordar (de leve) os conflitos entre mãe e filha. Sem originalidade, os efeitos especiais (honestos) podem incomodar os mais exigentes, assim como influências de outros filmes (não é demérito) como A Morte Lhe Cai Bem (1992) ou Ghost: Do Outro Lado da Vida (1990). Desse último, o personagem de Glória parece um híbrido da médium (Whoopi Goldberg) e o morto (Patrick Swayze).

Terceiro longa solo de Cris D’Amato (S.O.S.: Mulheres ao Mar, 2014, e Sem Controle, 2007) na direção, essa produção de Iafa Britz (Minha Mãe É Uma Peça, 2013) segue a fórmula para obter bons resultados nas bilheterias e a escalação de uma atriz consagrada espelha isso. O título tem uma pegada popular e condições de divertir o espectador já “viciado” em conteúdo sem muitas reflexões. Acima de tudo, é uma comédia leve, bem conduzida, que mexe com uma tema caro e procura trabalhar a questão dos pais ausentes. Assim, mesmo que você faça parte do grupo que não irá morrer de rir, Linda de Morrer não tem contraindicações.

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é publicitário, crítico de cinema e editor-executivo da revista Preview. Membro da ACCRJ (Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro, filiada a FIPRESCI - Federação Internacional da Crítica Internacional) e da ABRACCINE - Associação Brasileira dos Críticos de Cinema. Enviado especial do Papo de Cinema ao Festival Internacional de Cinema de Cannes, em 2014.
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