A 35ª edição do Cine Ceará: Festival Ibero-americano de Cinema começou neste sábado, 20, com uma homenagem especial à atriz Mariana Ximenes, reconhecida por sua trajetória no cinema e na televisão. Num Cineteatro São Luiz lotado, Mariana, emocionada, recebeu o Troféu Eusélio Oliveira das mãos de Halder Gomes.
E na manhã deste domingo, 21, ela concedeu entrevista exclusiva ao Papo de Cinema, na qual comentou sobre sua carreira desde a infância, suas experiências com diretores consagrados, os projetos que marcaram sua trajetória e seu desejo de se aprofundar na cultura local. Confira!
MARIANA XIMENES
RAÍZES CEARENSES E HOMENAGEM
Ao ser homenageada, Mariana Ximenes não poupou emoção ao falar sobre sua ligação com o estado. Para ela, receber reconhecimento em Fortaleza representou mais do que uma celebração artística: foi um reencontro com suas origens.
“Receber essa homenagem aqui no Ceará, que é a terra da minha mãe, da minha avó, da minha bisavó, faz todo sentido”, disse a atriz. Mariana explicou que suas raízes cearenses ajudaram a moldar não apenas sua vida pessoal, mas também sua carreira. “O Ceará, as raízes cearenses, me formaram e constituíram a mulher que sou e a atriz que me tornei”, completou, lembrando que passou boa parte das férias de infância no estado, fortalecendo a conexão com a terra natal de sua família.
DESCOBRINDO A CULTURA LOCAL
Além de celebrar sua trajetória, Mariana aproveitou a visita a Fortaleza para mergulhar nas expressões artísticas da cidade. Ela buscou contato com diferentes manifestações culturais, visitando centros de arte e literatura e interagindo com artistas locais.
“Quando eu cheguei aqui, eu falei: preciso conhecer mais da cultura cearense. O que está acontecendo agora nas artes plásticas, na literatura, no cinema, no teatro?”, contou. “Eu quero poder ter a possibilidade de filmar aqui e de conhecer cada vez mais pessoas daqui”, afirmou.
TRAJETÓRIA E AMADURECIMENTO NO CINEMA
Atriz desde a infância, Mariana Ximenes do Prado Nuzzi nasceu em 1981. O ano de virada de sua carreira foi 1998, aos 17 anos de idade. Nesta temporada, participou dos programas Você Decide e Sandy & Junior, além de ter se destacado pela novela Fascinação, do SBT, no papel de Emília. Em paralelo, estreou no cinema com Caminho dos Sonhos. A partir dos anos 2000, se tornou uma estrela nacional ao integrar produções famosas da Globo como Uga Uga (2000), A Padroeira (2001-2002), A Casa das Sete Mulheres (2003), Chocolate com Pimenta (2003-2004) e América (2005).
Nas telonas, seu primeiro grande destaque aconteceu em O Invasor (2002), pelo qual foi condecorada no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, na categoria Melhor Atriz Coadjuvante. Também chamou atenção por produções de maior alcance popular, como Muito Gelo e Dois Dedos D’Água (2006), Os Penetras (2012), Uma Loucura de Mulher (2016), Detetives do Prédio Azul: O Filme (2017) e L.O.C.A. (2021). Em 2015, ganhou um Kikito no Festival de Gramado por Um Homem Só.
“Mesmo com tudo isso que já fiz, eu ainda estou em construção. Quero ter ainda muitos lindos encontros no cinema”, disse Mariana, destacando experiências com cineastas consagrados como Cacá Diegues, Suzana Amaral, Ruy Guerra e Júlio Bressane. “É muito gostoso poder transitar por tantas linguagens e olhares diferentes. Quero estar sempre aberta a participar de filmes independentes ou de produções maiores”, completou.
CINEMA COMO IDENTIDADE E EDUCAÇÃO
Ao final da entrevista, Mariana refletiu sobre o cinema como ferramenta de cultura, educação e expressão nacional. “O cinema transforma. O cinema é cultura e é educação. E também faz parte da identidade do nosso país”, disse.
Ela ainda reforçou seu desejo de participar de projetos audiovisuais de todas as regiões do Brasil, reconhecendo a pluralidade do país: “O Brasil é tão plástico, tem tantos sotaques diferentes, tantos olhares diferentes. Poder participar de projetos que abracem essa diversidade é o meu primeiro desejo”, afirmou, destacando o compromisso com a expansão e democratização do cinema nacional.
Vale lembrar que o Cine Ceará 2025 vai até o dia 26 de setembro e oferece ao público uma programação diversificada, que inclui debates, mostras competitivas e atividades culturais. O Papo de Cinema acompanha de perto cada detalhe do evento, trazendo entrevistas, críticas e registros dos bastidores, reforçando a conexão com o público e mostrando a força do cinema ibero-americano.
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