Foi para apresentar a versão estendida de Ninfomaníaca que Lars von Trier veio ao Festival de Berlim no dia de hoje. Era pouco antes das 10 horas da manhã quando uma multidão de jornalistas rompeu a ordem e o silêncio do primeiro andar do Hyatt Hotel em direção à sala de conferências.

A explicação para tamanho alvoroço e ansiedade apareceria algum tempo depois. Vestindo camiseta preta com o símbolo do Festival de Cannes, von Trier posou para uma sequência de fotos sob a estampa de “Persona non grata: official selection“, em provocação à polêmica causada no tradicional festival francês.

Estava aí a justificativa para a correria – ou para ficar em casa – uma vez que o diretor se retirou assim que cessaram os flashes. Sem a estrela do momento, quem teve de encarar as perguntas foi o elenco liderado por Uma Thurman e Shia LaBeouf, que se preocuparam mais em continuar com o show do que em atender aos presentes.

Há muito von Trier descobriu a melhor maneira de divulgar seus filmes – e definitivamente não é sentado respondendo perguntas. O estilo provocador adotado nos últimos anos tem agitado os festivais – como fez hoje em Berlim – e, para os detratores, preenchido os espaços de um cinema que cada vez tem menos a dizer.

(Por Willian Silveira, direto de Berlim)

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, e da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Tem formação em Filosofia e em Letras, estudou cinema na Escola Técnica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Acumulou experiências ao trabalhar como produtor, roteirista e assistente de direção de curtas-metragens.
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