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Nascido na Bélgica e morador do Rio de Janeiro desde 1991, o ator Thierry Tremouroux faleceu nesse domingo, 28 de dezembro de 2025. Ele estava com 64 anos, e desde 2022 enfrentava um câncer de pulmão. A morte foi confirmada pela filha do artista, a também atriz Lara Tremouroux, em post nas redes sociais.

Ao longo de uma carreira de mais de quatro décadas, que teve início ainda em seu país natal, quando participou de curtas-metragens e projetos para a televisão, Thierry Tremouroux participou de mais de trinta projetos diferentes em filmes, novelas e especiais. Além disso, atuou regularmente também no teatro.

Ao chegar ao Brasil, Thierry Tremouroux participou de iniciativas locais, como a Cia. dos Atores, integrando o elenco de diversas peças de teatro. O palco o acompanhou até o fim da vida. Durante o primeiro semestre de 2025 esteve em cartaz com a peça O Bicho Geográfico, texto que refletia sobre sua doença. “Era a arte dialogando com a saúde. E quanto mais eu ensaiava, mais elaborava, mais conseguia me distanciar da dor. Porque paralelamente continuava com as sessões de quimioterapia, idas e vindas para São Paulo. Foi salvador”, revelou em entrevista à rádio UFRJ no último mês de julho.

Thierry e Lara Tremouroux
Thierry e a filha, a também atriz Lara Tremouroux

THIERRY TREMOUROUX :: INÍCIO DA CARREIRA

Thierry Tremouroux estreou no telefilme Battling le ténébreux (1984), de Louis Grospierre e Jean-Louis Roncoroni, quando tinha pouco mais de vinte anos. Ele interpretava o personagem-título, Battling. Foram mais alguns projetos no seu país-natal, até decidir se mudar para o Brasil. A estreia aqui se deu sob o comando do veterano Zelito Viana em Villa-Lobos: Uma Vida de Paixão (2000), ao lado de Antonio Fagundes e Marcos Palmeira.

O sotaque carregado e a aparência aristocrata garantiram a Thierry Tremouroux personagens geralmente nobres, estrangeiros ou vilanescos. Em Caminhos das Nuvens (2003), de Vicente Amorim, apareceu como o Gringo, enquanto que na série Filhos do Carnaval (2009) deu vida ao alemão Hans. Na Rede Globo trabalhou nas minisséries Amores Roubados (2014) e O Caçador (2014), na novela juvenil Malhação (2015-2016) e na novela Nos Tempos do Imperador (2021-2022). Outras séries que contaram com sua participação foram Me Chama de Bruna (2017), Além da Ilha (2018), Santos Dumont (2019), As Aventuras de José & Durval (2023) e How to be a Carioca (2023).

Thierry Tremouroux
Thierry Tremoroux em cena da novela Nos Tempos do Imperador

THIERRY TREMOUROUX :: ÚLTIMOS TRABALHOS

Thierry Tremouroux voltou a marcar presença na tela grande em Quase Memória (2016), de Ruy Guerra, ao lado de Tony Ramos, e em Jovens Polacas (2019), de Alex Levy-Heller. Perdida (2023) e Madame Durocher (2024) também se destacam em sua filmografia. Suas últimas aparições foram na série Os Donos do Jogo (2025), na Netflix, e no especial de fim de ano do Porta dos Fundos, Stand Up e Anda (2025).

Thierry Tremouroux deixou ainda trabalhos inéditos. Para os próximos meses estão previstos os lançamentos de Passaporte Memória (2025), de Décio Antunes, que teve passagem pelo 53º Festival de Gramado, e no drama (Des)controle, que contracenou com Carolina Dieckmann e foi selecionado para a última edição do Festival do Rio. A previsão de estreia desse longa é para o próximo mês de fevereiro. O ator será velado no Crematório São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro, RJ, na próxima terça-feira, dia 30 de dezembro.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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