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Uma grande artista brasileira que partiu no dia de Natal! Teuda Bara, uma das fundadoras do Grupo Galpão – um dos mais ativos e importantes do teatro nacional – faleceu nessa quinta-feira, 25 de dezembro, aos 84 anos, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ela estava internada desde o dia 14 do mesmo mês, no Hospital Madre Tereza, na capital mineira, devido às complicações de uma septicemia. A causa oficial do falecimento foi falência múltipla dos órgãos.

A partida de Teuda representa uma perda imensurável para o Grupo Galpão, o teatro brasileiro e todos que tiveram o privilégio de conviver com ela. Ao mesmo tempo, fica a profunda gratidão pela alegria, pela força e pela luz raríssima que Teuda espalhou ao longo de tantos anos de vida e criação. Dividir o caminho com ela foi um presente – um exercício diário de amor, generosidade e coragem artística”, foi divulgado em nota publicada das redes sociais do Grupo Galpão a respeito do falecimento de Teuda Bara.

Teuda Bara em Ângela
Teuda Bara em cena de “Angela”

TEUDA BARA :: ORIGENS

Nascida em Belo Horizonte em 1941, Teuda Bara era filha de um major do Corpo de Bombeiros – e tocador de trombone – e de uma enfermeira apaixonada pelo canto. A veia artística, como se percebe, veio de ambos os lados da família. Autodidata, nunca chegou a frequentar um curso formal de teatro. Ainda assim, foi nos palcos que alcançou sua consagração. Batizada como Teuda Magalhães Fernandes, deixa dois filhos, André Fernandes Dulci e Admar Fernandes. O segundo seguiu a carreira da mãe, e é ator.

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Teuda Bara

Teuda Bara foi descoberta aos 30, quando cursava Ciências Sociais na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na época, teve a oportunidade de participar de um teatro-jornal com o Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Ali começou uma paixão que a acompanhou por toda a vida. Três anos depois, abandonou o curso superior e começou a trabalhar com o diretor Eid Ribeiro. Pouco depois mudou-se para São Paulo, quando passou a atuar sob o comando do diretor Zé Celso Martinez Corrêa.

No início dos anos 1980, já de volta para Minas Gerais, Teuda Bara decidiu entrar para uma oficina de teatro dirigida por dois membros do Teatro Livre de Munique. Ali surgia o embrião do que posteriormente viria a ser conhecido como o Grupo Galpão.

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Teuda Bara e Selton Mello, nos bastidores de “O Palhaço”

TEUDA BARA :: CINEMA & TELEVISÃO

Além de ter participado na maior parte dos espetáculos do grupo do qual foi uma das principais ativistas, Teuda Bara atuou também na televisão e no cinema, inclusive sendo agraciada em alguns dos mais importantes festivais do país. Pelo curta-metragem Ângela (2019), foi premiada como Melhor Atriz no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Já por Abrigo ao Sol (2013), também uma curta, obteve reconhecimentos nos festivais de Maringá, Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões e FECIN – Festival de Cinema e TV do Interior.

Ao longo de uma carreira que percorreu décadas, participou de filmes como Menino Maluquinho: O Filme (1995), de Helvécio RattonO Palhaço (2011), de Selton Mello, e As Duas Irenes (2017), de Fábio Meira. Na televisão, esteve no elenco da novela Meu Pedacinho de Chão (2014) e da série A Vila (2017-2018). Já nos palcos, Teuda Bara esteve envolvida em dezenas de produções, atuando em textos de autores como Nelson Rodrigues, João Vianney, Willian Shakespeare e Tennessee Williams, entre outros. Um dos pontos altos de sua trajetória foi quando foi convidada para integrar a equipe do espetáculo K.Á., do Cirque du Soleil, no início dos anos 2000, período em que viveu entre o Canadá e os Estados Unidos.

Teuda Bara esteve nos palcos até os últimos dias de sua vida. Estava em cartaz com a peça Doida, em Belo Horizonte. Sua última apresentação foi em 13 de dezembro, sendo que no dia seguinte baixou hospital. A montagem, que completava 10 anos de sua estreia, retrata o espírito mineiro e é livremente inspirado no conto homônimo de Carlos Drummond de Andrade.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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