Crítica
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Sinopse
Último sobrevivente de uma linhagem de vampiros do Caribe, Maximilian precisa encontrar uma vampira para evitar que sua família seja extinta. Ele vai em busca da conquista de uma mordedora que mora em Nova Iorque.
Crítica
Houve uma época em que Eddie Murphy era sinônimo de sucesso em Hollywood. Entre a metade dos anos 1980 até a década seguinte, seu nome era chamariz de bilheteria. Filmes como Um Tira da Pesada (1984) e Um Príncipe em Nova York (1988) ultrapassavam facilmente a barreira dos cem milhões de dólares arrecadados. Porém, mesmo antes de descer ladeira abaixo do final dos anos 1990 em diante, o ator cometeu alguns deslizes que não chamaram a atenção de ninguém. Com Um Vampiro no Brooklyn, ele e o diretor Wes Craven amargaram um fracasso que não rendeu nem 20 milhões de dólares nos Estados Unidos. O principal fator: neste longa, Murphy não faz rir.
Não entendamos mal. O filme é engraçado por si só. Afinal, o ator vive Maximiliam, um vampiro em busca de sua amada imortal, que teria renascido no corpo de uma humana. Ela, no caso, é Rita (Angela Bassett), uma mulher mezzo vampira quem nem sabe de suar origens ainda. Enquanto recebe investidas do imortal, mal a detetive sabe que está investigando uma série de mortes relacionadas ao homem com quem flerta. Com este fiapo de história, desenvolve-se uma comédia romântica em que o personagem de Murphy se leva a sério demais. Uma culpa exclusivamente do roteiro, porque até nota-se o esforço do protagonista em se adaptar (ainda que sem sucesso) ao que lhe é pedido.
Porém, Murphy (ou Maximiliam) parece ser o único que não entende estar numa comédia. Afinal, ninguém acredita, dá bola ou tem medo de vampiros na trama, o que leva a algumas situações realmente hilárias, já que o maior medo é do próprio Brooklyn do que dele. O problema é que o filme fica no meio do caminho sem encontrar a medida certa entre o tom cômico, o "drama" da paixão ou até o soft horror. Craven parece ter utilizado este filme como experiência para mesclar gêneros com (muito) mais sucesso em Pânico (1996), título que dirigiria um ano depois, mas nada além disso. Feito a toque de caixa para aproveitar a fama de seu protagonista, talvez, ainda mais aliado a uma atriz (Bassett) já indicada ao Oscar. Mas a receita desanda pelo meio do caminho.
Vinte anos depois, o filme parece ter envelhecido ainda mais e se torna cansativo. Sabe aquele clássico exemplo em que ligamos a TV, deixamos num longa que está passando, por mais meia boca que seja, para passar o tempo enquanto cozinhamos, limpamos a casa, passamos a roupa, etc., só para dar algumas risadas no intervalo? É a impressão que Um Vampiro no Brooklyn passa. Não é horrível a ponto de ganhar Framboesas de Ouro (aliás, se livrou da "premiação" de tão reto que passou pelo público e a crítica), mas também está muito longe dos dias de ouro de Murphy e Craven. Uma produção que consta apenas como número no currículo de ambos.
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