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Sinopse

O charmosão Ron Burgundy e seus amigos Brick Tamland, Brian e Champ regressam aos noticiários ao serem contratados pela emissora Global News Network. Com todos juntos não será fácil manter a classe, enquanto eles tentam gerir o primeiro canal nacional de notícias com transmissão 24 horas por dia.

Crítica

O Âncora (2004) foi uma comédia da qual ninguém esperava grande coisa, mas acabou surpreendendo com suas ótimas tiradas e um elenco carismático liderado por Will Ferrell no papel de Ron Burgundy. Tal sucesso refletiu nas bilheterias americanas, mas infelizmente o resto do mundo não caiu muito de amores pela produção. O resultado foi o fracasso no mercado internacional, incluindo no Brasil. Quase dez anos após o lançamento, Ferrell e companhia retornam nesta continuação que ganhou em nossas terras o título de Tudo Por Um Furo, em uma tentativa de fazer com que ela seja mais bem sucedida que o primeiro filme, não tendo qualquer referência explícita de que se trata de uma nova história com os mesmos personagens.

Escrito pelo próprio Will Ferrell e pelo diretor Adam McKay, Tudo Por Um Furo nos coloca na Nova York de 1979. Ao lado de sua agora esposa Veronica Corningstone (Christina Applegate), Ron Burgundy apresenta o telejornal de uma das maiores redes de televisão do país. Mas depois que o principal âncora do canal, Mack Tannen (Harrison Ford), decide se aposentar, este resolve promover Veronica e despedir Ron, deixando-o com inveja a ponto de abandonar a esposa e o filho, Walter (Judah Nelson). É quando recebe a proposta de recomeçar tudo em outro canal, o The Global News Network (GNN), trazendo de volta seu velho time formado por Brian Fantana (Paul Rudd), Brick Tamland (Steve Carrell) e Champ Kid (David Koechner).

Mantendo o tom escrachado que aparecia no filme anterior, Tudo Por Um Furo faz de tudo para levar o espectador ao riso. No entanto, diferente do que acontecia antes, quando as risadas surgiam com naturalidade, dessa vez é possível ver que em alguns momentos todos os envolvidos estão desesperados para alcançarem seu objetivo. Em cenas que foram claramente improvisadas no set, Adam McKay e o elenco deixam clara a intenção de incluir certas piadas no filme custe o que custar, e infelizmente nem sempre conseguem fazer com que elas funcionem. Um bom exemplo são àquelas em que Ron fica encarando seu rival, Jack Lime (James Marsden).

Mesmo assim, ao longo da projeção o filme tem belas sacadas e consegue divertir com seus personagens. É engraçado ver, por exemplo, a cena em que Ron e sua equipe precisam pensar nas notícias que colocarão em sua transmissão e vetam uma que fala sobre a China estar se tornando uma superpotência econômica, já que isso é considerado improvável. Ferrell e McKay também não temem se repetir no roteiro, inserindo um combate entre várias equipes de telejornal que é praticamente igual a uma das melhores cenas de O Âncora, ficando diferente (e até mais engraçada) pelo fato de as participações especiais de alguns atores famosos serem totalmente inesperadas, como a de uma certa atriz ganhadora do Oscar. Mas nada supera o pequeno acidente que Ron e seus amigos sofrem em um trailer, quando McKay faz uso do slow motion de maneira absolutamente hilária.

Mas o que tira mesmo alguns pontos de Tudo Por Um Furo é a dedicação do roteiro a determinadas subtramas que não são tão interessantes. Se por um lado Ferrell e McKay acertam ao trazer um romance entre Brick e Chani (Kristen Wiig), uma secretária da GNN que, apesar de clichê, é responsável por algumas boas risadas, por outro erram ao apostar na relação pai e filho entre Ron e Walter, que é desenvolvida rasamente e só ganha mais atenção depois da metade do filme, quando se torna um ponto importante da trama. O mesmo pode ser dito sobre a parte em que Ron tem um problema que o deixa debilitado, o que soa um tanto desnecessário e rende momentos muito exagerados.

De qualquer forma, Tudo Por Um Furo nunca chega a ficar entediante, e isso se deve também ao elenco, que volta a interpretar seus personagens com o mesmo carisma visto antes, além de terem uma dinâmica divertida de se acompanhar. Assim, o filme pode até ser um pouco inferior ao seu antecessor, mas ainda assim representa um bom reencontro com Ron Burgundy e sua equipe.

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é crítico de cinema, formado em Produção Audiovisual na ULBRA, membro da SBBC (Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos) e editor do blog Brazilian Movie Guy (www.brazilianmovieguy.blogspot.com.br). Cinema, livros, quadrinhos e séries tomam boa parte da sua rotina.
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