Crítica


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Sinopse

João é dispensado pela esposa grávida e decide se isolar no meio do mato. Após três meses, ele decide voltar para acompanhar o nascimento do filho, mas acaba se deparando com seu antigo melhor amigo que ele julgava morto.

Crítica

Uma das principais batalhas do cinema autoral é oferecer um contraponto ao cinema de blockbuster. Muitas vezes, em uma tentativa desesperada de negar os estanques hollywoodianos, os resultados finais dos filmes de arte tornam-se semelhantes entre si, criando vícios no gênero. Teobaldo Morto, Romeu Exilado sofre de algumas dessas repetições. O filme acompanha João (Alexandre Cioletti, de Batismo de Sangue, 2006), um músico que se isola em uma fazenda e deixa a mulher grávida (Sara Antunes, de Se Deus Vier que Venha Armado, 2014) na cidade com Helena (Margareth Galvão, de As Fábulas Negras, 2015). Anos atrás, os três personagens foram abandonados por Max (Rômulo Braga, de Sangue Azul, 2014), dado como morto. Ele era melhor amigo de João, futuro marido de Flora e filho de Helena. Agora Max retorna repentinamente.

O problema é que até o espectador saber de tudo isso, demora um bocado, pois existe essa missão de se afastar das fórmulas de roteiro. Há outras formas de opor-se ao tradicional sem criar afastamento gratuito. Prova disso está no próprio longa, que não faz cerimônias para apresentar novos personagens.

Boa parte do atraso narrativo se dá por conta das numerosas pausas dramáticas nas cenas, instaladas para fugir do dinamismo de blockbuster. O resultado são diálogos de cadência artificial, que até se encaixam com a proposta teatral do longa (no título, no texto rebuscado, nas atuações exaltadas), mas corre o risco de ser enfadonho.

Em sua segunda metade, o filme assume uma toada simbolista, que denuncia a saudável vontade de fugir da neutralidade. A mudança de rumo é bem-vinda para abordar o tema do filme: o tempo em convergência. João precisa acertar-se com o passado para resolver seu presente e preparar-se para o futuro. O desfecho é interessante, mas problemático. Sem adiantar a história para o leitor, pode se dizer que Teobaldo Morto, Romeu Exilado traz novos temas tarde demais, totalmente desnecessários ao filme. Felizmente também há revelações no enredo bem encaixadas.

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é formado em Audiovisual pela ECA/USP. Escreve para os sites BRCine e SaraivaConteúdo, além de colaborar para a revista Preview. Participa do programa Quadro a Quadro na TV Geração Z e de videoposts do canal Tateia. Tem experiência em sites (UOL Cinema, Cineclick e GQ), revistas (SET, Movie e Rolling Stone) e televisão (programas Revista da Cidade e Manhã Gazeta).
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Grade crítica

CríticoNota
Edu Fernandes
4
Chico Fireman
7
MÉDIA
5.5

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