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Sinopse

Clay decide encontrar sua irmã desparecida, para isso se embrenhando numa floresta repleta de cabanas apodrecidas e árvores cobertas de musgo. Mas, ele está prestes a se deparar com algo inimaginável: o assassino que assombra Crystal Lake, Jason Voorhees.

Crítica

Chega a ser impressionante perceber a quantidade de pessoas que gostam mesmo é de ir ao cinema para ver porcaria! Pura e simples assim! Afinal, não há outra explicação para o sucesso deste Sexta-Feira 13, remake do primeiro filme da série que chegou aos cinemas quase 30 anos depois do original! Foram mais de US$ 42 milhões arrecadados só nos três primeiros dias em cartaz nos Estados Unidos – pra se ter uma ideia, isso é mais do que qualquer um dos outros 10 episódios da série somaram durante todo o tempo em que estiveram em cartaz! E, com um resultado destes, já dá pra prever que ultrapassará facilmente nas bilheterias o único outro longa em que o vilão Jason aparece – Freddy VS. Jason (2003) faturou aproximadamente US$ 82 milhões em 2003! Ou seja, preparem-se, porque vem mais por aí...

A história – como assim, que história? – é aquela mesma desculpa de sempre para jovens atraentes serem assassinados da maneira mais sádica e estúpida possível. Primeiro, ficamos a par da origem do maníaco. Os monitores do acampamento Crystal Lake não estavam atentos – provavelmente por estarem transando – e deixarem o pobrezinho Jason Voorhees se afogar no meio do lago. Ensandecida, a mãe do menino resolve se vingar matando um por um dos ‘responsáveis’. No final da matança, ela própria é decapitada pela última vítima. Só que a tragédia ainda não terminou – o garoto escapou vivo do acidente, e agora será ele que dará continuidade ao trabalho materno. Mais de 20 anos depois um grupo de adolescentes aparece no mesmo lugar atrás de uma plantação de maconha. Assim que começam a fazer sexo, Jason surge para estragar a festa e matar um por um, deixando apenas uma das garotas viva – a semelhança dela com a mãe do maluco incentiva os tormentos do doente vingativo. Como é mantida presa, seu sumiço irá despertar a atenção do irmão (Jared Padalecki, o único nome razoavelmente conhecido do elenco, que já havia aparecido em outras produções do gênero, como Cry Wolf, 2005, e A Casa de Cera, 2005), que parte para encontrá-la. No caminho, surge mais um grupo de belos rapazes e moças desinibidas que mal sabem o que lhes espera!

O mais engraçado de Sexta-Feira 13 é a absurda previsibilidade dos acontecimentos – todo mundo sabe o que irá acontecer desde o início da trama! E, pelo jeito, não há nada de ruim nisso, afinal, é justamente isso que o público quer, não? Se levarmos em conta que toda e qualquer produção cinematográfica deve ser avaliada mediante o que promete, então estamos diante de uma obra completamente bem sucedida – não há surpresas! Todo mundo que compra um ingresso para ver um filme como esse sabe exatamente o que deve esperar, e o diretor Marcus Nispel (o mesmo de O Massacre da Serra Elétrica, de 2003, outra refilmagem que, assim como essa, também foi produzida por Michael Bay, diretor de filmes como Transformers (2007) e que volta e meia gosta de ganhar alguns trocados com tiros certeiros como estes) não brinca em serviço. Sem se arriscar, com o mínimo de ousadia – ou alguém ainda se impressiona com peitos femininos desnudos? – e levando zero em originalidade, tudo o que ele parece querer é matar todos os que estão em cena para podermos ir logo para casa!

Após dez longas tendo Jason como protagonista – além de Crystal Lake ele já deixou seu rastro de morte por Nova York e até no espaço! – não havia mais o que inventar, mesmo. Por isso, uma “volta às origens” parece ser o caminho acertado. Só que este poderia ser também um momento para oferecer um novo vigor à série, e não torná-la em mero arremedo de tudo que já foi feito. Até momentos aguardados pelos fãs, como quando o demente indestrutível encontra sua máscara de hóquei tão emblemática, passam quase desapercebidos no meio de tanta idiotice. E depois de uma hora e meia de assistirmos personagens com os quais não nos importamos nem um pouco serem assassinados da forma mais gratuita possível, o que nos sobra mesmo é torcer pelo serial killer. Até porque tudo isso é uma grande piada, certo? Só não sabemos que se diverte mais – nós, que perdemos tempo e dinheiro em tolices como esta, ou os que estão do lado de lá da tela, que seguem enchendo os bolsos sem o menor esforço visível!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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Robledo Milani
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Ailton Monteiro
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MÉDIA
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