Premonição 6: Laços de Sangue

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Sinopse

Em Premonição 6: Laços de Sangue, uma jovem tem uma visão terrível de uma tragédia prestes a acontecer. Ela consegue escapar, porém a morte não gosta de ser enganada. Assim, a moça aciona uma sequência implacável de acontecimentos, revelando que o destino sempre cobra seu preço. Horror.

Crítica

Poucas cenas são tão marcantes no cinema de terror do século XXI quanto o descarrilamento das toras em um caminhão de carga em plena autoestrada, matando de forma trágica diversos passageiros dos carros que transitavam ao redor. Essa sequência, vista em Premonição 2 (2003), se tornou tão épica a ponto representar a saga por completo. Tanto é que responde também por um dos momentos cruciais de Premonição 6: Laços de Sangue, filme que se propõe a, num mesmo tempo, ser o desfecho de uma longa caminhada e o início de uma nova etapa. Para os mais aficionados, será um deleite, pois os easter eggs estão espalhados por todos os lados. Mas para quem está chegando somente agora nesse universo, a chance de se decepcionar será mínima, uma vez que a mitologia não apenas é respeitada, como também trabalhada de forma didática para que ninguém fique perdido.

Assim como os capítulos anteriores da franquia, Laços de Sangue começa de forma arrebatadora. O prólogo se passa em um restaurante panorâmico, o Skyview. Será lá onde, minutos antes de ser pedida em casamento, a jovem Iris (Brec Bassinger, de Medo Profundo: O Segundo Ataque, 2019) terá a visão de um grande desastre ali naquele mesmo local, com o chão de vidro se desfazendo em diversas rachaduras, um desabamento em seguida e o colapso de toda a torre, vindo abaixo pedaço após pedaço e, com isso, matando praticamente todo o público presente. Em pânico, ela – aos gritos – passa a alertar do perigo iminente, em meio a um pânico descontrolado. O que viu foi tão real que em nenhum momento chega a duvidar da probabilidade de que a tragédia, de fato, se suceda. E assim acontece. Ela é uma das únicas a sobreviver.

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Mas a verdade é que todos deveriam ter morrido. E a lógica é, se alguém escapou, a morte dará um jeito de encontrá-lo. Porém Iris passou a viver reclusa desde então. Abandonou marido e filhos e tornou-se uma eremita. Somente décadas depois, quando sua neta decide ir atrás dela em busca de uma explicação para os sonhos aterrorizantes que tem tido todas as noites, é que o processo volta a acontecer. Com a morte da idosa, são seus descendentes, portanto, que passam a entrar em perigo. Um após o outro, de acordo com seus nascimentos. Afinal, se a matriarca não tivesse sobrevivido tantos anos atrás, nenhum deles existiria agora. E será responsabilidade de Stefani (Kaitlyn Santa Juana, vista em alguns episódios de Flash, 2022), a herdeira da premonição maldita, de não apenas avisar aos demais parentes, como também estudar as maneiras da morte contornar qualquer cuidado e vencê-la mantendo-se viva, a despeito das probabilidades contrárias.

Como em qualquer um dos cinco filmes que trilharam esse caminho até aqui, Premonição 6: Laços de Sangue ganha pontos pela criatividade das mortes e pela engenhosidade exibida nestes desfechos, que se mostram tão improváveis quanto possíveis. Alguns são risíveis, como a garota que é levada pela caçamba do caminhão de lixo, e outras absurdamente tensas, como a do caco de vidro em meio ao gelo de um churrasco no quintal. O interessante é como são capazes de prender a atenção da audiência, independente de agregarem ou não algo de novo a um emaranhado de regras absurdas, ainda que plausíveis. Zach Lipovsky e Adam B. Stein – a mesma dupla por trás de títulos duvidosos como Aberrações (2018) e Kim Possible (2019) – ao menos deixam claro terem feito a lição de casa, e não apenas resgatam uma série que há mais de uma década andava adormecida, como injetam energia suficiente para que novos episódios sejam esperados. E nenhuma previsão deverá apontar o contrário.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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