Crítica
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Sinopse
Depois de se envolver num empreendimento criminoso, Ashley recorre à ajuda do pai que tem uma vida reclusa nas Ilhas Cayman.
Crítica
Enfileirando tramas cansativas, os últimos anos não foram generosos com Nicolas Cage. Muitas dessas, aliás, nem para o Framboesa de Ouro (troféu que premia os piores de Hollywood) serviram. Longe de suas melhores temporadas, que deram-se entre os final dos anos 1980 e metade dos 2000, o vencedor do Oscar, ultimamente, tem tentado se reerguer com empreitadas envolventes, como PIG: A Vingança (2021) e O Peso do Talento (2022). Mas, como já acostumou seus fãs, Cage está sempre pronto para embarcar em nova aventura controversa. A aposta da vez é Plano de Aposentadoria, mais um dos tantos longas instáveis que o ator tenta equilibrar.
Produzido no Canadá, o filme apresenta Ashley (Ashley Greene) se tornando alvo de criminosos, e também das autoridades, após seu marido, Leon (Kip Brown), se envolver com o roubo de um inestimável HD que contém informações sigilosas. Temendo que algo possa acontecer com sua filha, Sarah (Thalia Campbell), Ashley envia a menina para as Ilhas Cayman na esperança de que ela encontre segurança ao lado do avô que nunca conheceu, Matt (Nicolas Cage). No local paradisíaco, o veterano agente do serviço secreto norte-americano vive sua aposentadoria da forma mais preguiçosa possível, até ter de enfrentar a chegada de perigosos capangas que querem recuperar o valioso suporte eletrônico que foi escondido na mochila de Sarah. Rapidamente, se percebe que o tal cartão de memória não passa de um MacGuffin (dispositivo motivador que o protagonista persegue, muitas vezes com pouca importância narrativa) que possibilita que o personagem de Cage entre em combate com diversos inimigos.
Descrito como “máquina de guerra”, capaz de destruir tudo e todos, o protagonista, é preciso dizer, não ganha o espaço devido para desenvolver essa temida persona que o público talvez espere - e os responsáveis anunciam. Aliás, este é um filme estrelado por Nicolas Cage que tem muito menos do astro em cena do que se poderia imaginar. Enfraquecendo a integralidade do artista, outros três atores de interessante carreira pregressa dividem a tela: Ernie Hudson, Ron Perlman, e Jackie Earle Haley. Entretanto, nenhum deles recebe complexidades a serem examinadas, apenas pontos de conexão questionáveis, com vilanias gratuitas ou parcerias insuficientes. Além disso, com exceção de Perlman, cujo personagem ainda arrisca, de forma breve, debates sobre dualidades morais, todo o elenco é refém de roteiro limitado.
O responsável por argumento e comando, Tim Brown (A Criatura Sombria, 2017), oferece direção principiante, com diversos elementos que tornam a jornada desagradável. Senão, vejamos: as cenas de ação possuem truques de montagem carentes; temas e personagens são revelados e nada, de fato, é desenvolvido; as motivações para os combates são totalmente livres e sem contestação; a mudança de ambientes é confusa e, por vezes, dispensável; e, por fim, as cenas de ação são apatetadas e acontecem, em absoluto, quando já nem mais se espera. Há ainda alguns recursos cômicos subliminares que Brown insere na tentativa de temperar essa sopa de debilidades, outro subsídio que não funciona.
Em seu desfecho, Plano de Aposentadoria ainda promove constrangedora boneca russa de acontecimentos para amarrar até questões que não foram previamente levantadas. No final das contas, é de se perguntar o que alguns admirados artistas presentes na equipe contemplaram de interessante na aposta a ponto de topar esse desafio. Talvez, assim como nós, eles tenham ficado perdidos nas inusitadas escolhas finais do encarregados.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Victor Hugo Furtado | 3 |
Celso Sabadin | 3 |
MÉDIA | 1.5 |
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