Crítica
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Sinopse
Billy e Nick são vendedores cujas carreiras foram bombardeadas pelo mundo digital. Tentando provar que não são obsoletos, eles desafiam as chances e conseguem um estágio na empresa Google, junto com um batalhão de brilhantes estudantes. Mas ganhar o estágio foi apenas o começo. Agora eles devem competir com um grupo de elite de gênios da tecnologia provando que necessidade é mesmo a mãe da re-invenção.
Crítica
Em certo momento da comédia Os Estagiários, um grupo de jovens em torno dos 20 anos está desesperado por acreditar que não irá conseguir um emprego tão sonhado. “Minha vida acabou”, diz um deles. Assistindo a tudo isso estão dois quarentões desempregados que, com espanto, tentam rebater: “como assim, sua vida acabou? Você tem apenas 20 anos, tem mais 50, 60, 70 anos pela frente!”. Sim, para quem nasceu nos anos 1970, esse pensamento até poderia ser verdade. Mas hoje não é mais assim. Como é bem lembrado por outro personagem, atualmente mais da metade dos formados em importantes faculdades seguem sem encontrar espaço no mercado de trabalho. A competição está cada vez mais acirrada, e agora não basta ser bom, esforçado, competente. É preciso ser mais. E é justamente nesse processo de reinvenção profissional em que se baseia o filme escrito e estrelado por Vince Vaughn, que aqui aparece novamente ao lado do amigo Owen Wilson.
Vaughn e Wilson são Billy e Nick, dois “jurássicos”, como afirma o antigo patrão deles (John Goodman, em participação especial), vendedores ultrapassados que se encontram sem ter o que fazer após o fechamento da firma onde trabalhavam. Buscar uma outra ocupação semelhante parece ser o caminho óbvio, mas uma alteração nos planos acontece quando decidem levar à sério o que lhes foi dito. E se mudar é uma necessidade, por que não ir trabalhar na empresa mais moderna do mundo? E qual seria essa? A solução é tão evidente quanto o sistema de busca online a que todas as pessoas do mundo recorrem quando conectadas na internet em busca de respostas: Google! Só que o máximo que conseguem é se inscreverem em um programa de estágio – que, na verdade, é mais uma maratona, cujo resultado final é um emprego de verdade à equipe de vitoriosos.
Quem for assistir a Os Estagiários esperando um novo A Rede Social (2010) terá um bom choque. Afinal, tudo o que o filme anterior significou para o Facebook – contemporaneidade, agilidade, raciocínio, inteligência, ambição, popularidade – este está longe de conseguir representar para o Google. Para começar, há uma grande distância entre os talentos como roteirista de Vaughn e de Aaron Sorkin (vencedor do Oscar por... A Rede Social!), ao mesmo tempo em que Shawn Levy (diretor de obras tão genéricas quanto Gigantes de Aço, 2011, e Uma Noite no Museu 2, 2009) precisa se esforçar muito para alcançar a complexidade de argumentos e a visão elaborada de David Fincher. Mas se essas comparações podem existir entre os membros da audiência, em relação às produções o máximo que podemos apontar de semelhanças é o fato de ambas apresentarem no elenco o ator Max Minghella (filho do falecido diretor Anthony Minghella, de O Paciente Inglês, 1996), que novamente interpreta o vilão mau caráter (papel no qual ele parece estar se especializando).
Apesar da ambientação moderna, Os Estagiários é uma comédia completamente convencional, igual a tantas outras vistas anteriormente. Todas as suas fichas são colocadas no velho formato dos esquisitos que precisam se enturmar e, aos poucos, vão conquistando a todos com suas estranhezas, mostrando a importância de respeitar as diferenças e que todos tem a ganhar uma vez que aprendamos a conviver com elas. E a se mensagem é dita sem disfarces, o mesmo pode ser dito a respeito das intenções dos produtores, que desejavam não apenas capitalizar em cima da união de Vaughn e Wilson, a primeira como protagonistas desde o incrível sucesso de Penetras Bons de Bico (2005), além de se associar a uma marca sempre em alta. Infelizmente, não foi o que aconteceu. Sem uma graça natural – os atores estão no piloto automático – e reciclando antigos clichês, tudo o que resta é um filme longo e, ao mesmo tempo, vazio de novas ideias.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 4 |
Edu Fernandes | 6 |
Thomas Boeira | 4 |
Francisco Carbone | 3 |
MÉDIA | 4.3 |
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