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Sinopse

A jovem Jules resolve levar seus amigos Curt, Dana, Holden e Ronald para uma viagem diferente nas montanhas, numa cabana situada no meio da floresta, isolada de tudo. Mas o que era para ser somente um momento de muita curtição entre a turma, acaba se transformando em algo que suas mentes jamais imaginariam.

Crítica

Já dizia Alfred Hitchcock que “mais vale partir de um clichê do que terminar em um”. Pensando nisso, os últimos anos não têm sido bons para o cinema de gênero norte-americano. A comédia e o terror, principalmente, recebem costumeiramente infinitas produções que até experimentam algumas variações sobre o mesmo tema, mas que dificilmente saem do lugar-comum. Nunca se viram tantos filmes sobre espíritos em casas mal assombradas, exorcismos, filmagens encontradas e zumbis – e, salvo raríssimas exceções, todos são descartáveis. Com isso em mente, Drew Goddard e Joss Whedon prometeram um filme que subvertesse o gênero: O Segredo da Cabana.

Com a máxima de Hitchcock em mente – ou imbuídos do significado da mesma – a dupla formada pelos nomes por trás do sucesso da série televisiva Buffy: A Caça Vampiros (1996 – 2003) reuniu os principais clichês do terror e suspense e fez questão de transformar ou justificar cada um deles numa trama instigante, criativa e carregada de humor. Eles notaram a carência de produções de horror relevantes. A narrativa do grupo de jovens que viaja até uma afastada cabana para um pacífico fim de semana nunca mais será a mesma.

Filmado e posteriormente engavetado devido à falência da MGM em 2009, O Segredo da Cabana chegou aos cinemas três anos depois e aproveitou o sucesso de um de seus protagonistas, Chris Hemsworth, em filmes como Thor (2011) e Os Vingadores (2012). Como fez o supracitado Hitchcock com Psicose (1960), Goddard e Whedon insistiram para que os segredos de seu filme não fossem revelados, e uma curta sinopse poderia o fazer. De qualquer forma, a curiosidade e a incerteza são mesmo as melhores companheiras para esta sessão.

Sentado na cadeira do diretor pela primeira vez, Drew Goddard, que já foi produtor e roteirista de Lost (2004 – 2010), aposta na sátira e em alguns excessos visuais para compor O Segredo da Cabana. Sagaz por não se valer de sustos fáceis ou de uma trilha sonora condutora, Goddard se equivoca com a quebra da tensão em alguns momentos pela pontual aparição dos personagens de Richard Jenkins e Bradley Whitford – dupla que, no entanto, é responsável pelas melhores piadas do filme.

Depois de um desenrolar intrigante, a última meia hora de O Segredo da Cabana reserva mais surpresas que qualquer um pode imaginar. Para deleite dos mais sádicos, um humor questionável é proposto a partir de litros e litros de sangue falso e um verdadeiro carnaval de referências. Com o término do filme, permanece a sensação de que novos realizadores poderiam se inspirar nas “reinvencionices” do trabalho de Goddard e Whedon e não nos incontáveis clichês que permeiam o cinema contemporâneo.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Graduado em Publicidade e Propaganda, coordena a Unidade de Cinema e Vídeo de Caxias do Sul, programa a Sala de Cinema Ulysses Geremia e integra a Comissão de Cinema e Vídeo do Financiarte.
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