Crítica


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Sinopse

De acordo com uma lenda indígena da Amazônia, quem for picado Anophelis sexualis, um inseto impertinente, tem até duas horas para fazer sexo se não quiser morrer. Um pesquisador coleta os bichinhos na floresta e os leva ao litoral paulista. Quando eles escapam, uma balbúrdia vai acontecer.

Crítica

Dirigido por Fauzi Mansur e lançado em 1980, O Inseto do Amor é uma pornochanchada por excelência. É cômico, é sensual e mostra a criatividade do brasileiro em assuntos que requerem um tanto de safadeza. Na trama, escrita por Mansur e Marcos Rey, um inseto chamado Anophelis Sexualis é descoberto na Amazônia, um bicho que com apenas uma mordida causa um pico de libido incontrolável, só sendo extinto com uma relação sexual. Quem fica na seca, acaba morrendo depois de apenas duas horas. O professor Hans Muller (Carlos Kurt) está estudando essa estranha doença e acaba levando alguns insetos para Ilha Bela, no litoral paulista. A presença dos insetos causa alvoroço no local. Alguns os querem longe dali, outros clamam por uma picada. Em dado momento, eles fogem do receptáculo onde estavam guardados e assolam a população, que fica com a libido à flor da pele.

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Para quem cresceu lendo a coleção Vagalume, se divertindo com livros como Mistério do 5 Estrelas, Um Cadáver Ouve Rádio, O Rapto do Garoto de Ouro e Um Rosto no Computador, pode se surpreender com o envolvimento de Marcos Rey no roteiro deste filme – não tanto pelo teor, visto que Rey fez diversos roteiros para produções da Boca do Lixo, como As Cangaceiras Eróticas (1974), As Loucuras de um Sedutor (1975) e Ainda Agarro esse Machão (1975), mas pela qualidade abaixo do seu padrão. O Inseto do Amor é um filme de apenas uma piada. Embora seja uma premissa criativa, a execução é basicamente uma sucessão de pequenas vinhetas sexuais com a mesma temática. Com 90 minutos de duração, acaba ficando entediante acompanhar as mesmas situações a cada nova sequência.

Com elenco gigante, com as beldades da época Angelina Muniz, Helena Ramos, Zélia Diniz e Rossana Ghessa, e os galãs Arlindo Barreto e John Herbert, a narrativa é tão povoada que fica difícil qualquer um se sobressair. Sobra até um pequeno papel para Jofre Soares, vivendo um padre crente de que o inseto é apenas algo da imaginação, que o tesão pode ser refreado com a fé. Logo ele descobrirá que isso não é bem verdade. Nem os nomes conhecidos empolgam.

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Para quem deseja ver muitas cenas de nudez, O Inseto do Amor não decepciona de forma alguma, com quase todas as atrizes tirando a roupa em algum momento da trama. Mansur capricha na sexualidade, algo que deve ser levado em conta ao se tratar de uma pornochanchada, logicamente. Quem, no entanto, espera um pouco mais de história, não deve sair impressionado com esse trabalho. Mesmo voltados para o consumo rápido e para uma plateia que clamava por uma temática mais picante, alguns títulos do gênero conseguiam um algo a mais, divertindo o espectador com o sexo e com a trama. Não é o acontece neste exemplar.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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