Crítica


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Sinopse

Caco decide ir para Hollywood buscar espaço entre as estrelas. Fozzie, Gonzo e Miss Piggy o seguem na esperança de se tornarem celebridades. No caminho, porém, Caco vira refém de um perigoso dono de uma rede de restaurantes.

Crítica

Em 1976, Jim Henson e Frank Oz – responsáveis mais tarde, entre outros, por Labirinto: A Magia do Tempo (1986), direção de Henson, A Pequena Loja de Horrores (1986) e Morte no Funeral (2007), ambos de Oz – juntaram seus talentos para gerar o programa televisivo The Muppet Show. A atração não demorou a se estabelecer como fonte inteligente de humor cínico e metalinguístico. E em meio às cinco temporadas, os fantoches resolveram se aventurar em 1979 nas telonas com este Muppets: O Filme que, sendo fiel ao espírito original cômico e musical, se saí tão bem em película como na exibição televisiva.

Na trama, vemos a origem dos Muppets, que se dá quando um agente de Hollywood (Dom DeLuise) convida Kermit (Henson), o Sapo, para uma audição na famosa cidade dos anjos. Não tarda e o protagonista encontra Fozzie, Miss Piggy, Animal (todos Frank Oz), Gonzo (Dave Goelz) e outros tantos clássicos membros da trupe de atores-bonecos. Juntos, eles têm de chegar a tempo para os testes enquanto tentam escapar de Doc Hopper (Charles Durning), cuja intenção é fazer de Kermit o garoto propaganda de sua rede de restaurantes especializada em patas de rã fritas. Tudo tão absurdo quanto é possível, obviamente.

Aproveitando no cinema a tradição do show televisivo de contar com convidados especiais, o projeto garante o constante ritmo de entretenimento ao intercalar essas pontas com números musicais, e estes, por sua vez, com piadas rápidas e sarcásticas. Sendo assim, não dá para dizer que Muppets: O Filme é voltado para crianças, uma vez que o grosso da diversão está em sutilezas que certamente escapam ao entendimento do público infantil. Vemos passar pela tela, por exemplo, o diretor e ator Mel Brooks, Steve Martin – que viria a ser figurinha carimbada nos filmes de Frank Oz – e o renomado ator, roteirista e diretor Orson Welles, que com apenas uma única fala e sua presença inconfundível, já faz valer a gargalhada.

Além disso, as músicas são divertidas e cantaroláveis, sendo suas letras grandes piadas de metalinguagem, recurso constante e não gratuito, já que as mesmas possuem consequências e movem a trama. Quando numa situação desoladora, o grupo resolve os problemas recorrendo, eles próprios, ao roteiro do filme que estão vivendo. Uma aventura com todo espírito dos Muppets, estas figuras inanimadas que, mesmo com expressões pré-definidas e toda sua mobilidade facial restrita ao abrir e fechar da boca, conseguem transmitir uma infinidade de emoções e sentimentos dificilmente alcançados mesmo por atores de carne e osso. Muppets: O Filme nos convence com extrema facilidade que aqueles objetos feitos de tecido são na verdade seres recheados não de mãos e fios, mas de vida e muito bom humor. É coisa para os amantes, os sonhadores e você, como diz a letra.

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é formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, é crítico e comentarista de cinema - e eventualmente escritor, no blog “Classe de Cinema” (classedecinema.blogspot.com.br). Fascinado por História e consumidor voraz de literatura (incluindo HQ’s!), jornalismo, filmes, seriados e arte em geral.
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