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Sinopse

Um menino, criado por lobos na floresta, tem como melhores amigos uma pantera negra e um urso. Sem preocupações, eles vivem para comer e se divertir, até o dia em que é anunciado que um perigoso tigre que odeia humanos está voltando.

Crítica

Último filme a ter recebido o toque pessoal de Walt Disney, que faleceu antes de ver o projeto concluído, Mogli: O Menino Lobo carrega em sua curta duração os valores mais latentes das realizações anteriores do criador do Mickey Mouse: a amizade, a família, encontrar o próprio lar, e a coragem para enfrentar aquilo que outros temem.

Visto com olhos mais maduros do que os das crianças a que foi direcionado, o longa não encontra um arco, e o conflito motivador é bastante simplista: Shera-Khan, o tigre, está voltando para o lugar na floresta onde mora Mogli, um menino encontrado ainda bebê e criado por lobos. Quando a alcateia ouve falar do retorno do perigoso felino, confiam em Baguera, uma pantera negra, para levar o garoto a uma aldeia de homens, onde estará seguro do vilão. Entretanto, não está nos planos de Mogli abandonar a selva.

Então, a trama toda gira em torno da jornada de Baguera e de Mogli até o seu destino. O protagonista foge, é encontrado por um animal, capturado por outros, e assim por diante, formando amizades, alianças e desafetos pelo caminho. É verdade que o filme procura falar sobre o lugar de cada um ao lado de seus iguais e como Mogli desafia estes conceitos, se nomeando menino lobo, menino urso, menino macaco e, por fim, até menino abutre. Mas, mesmo deste ponto de vista, todos os esforços iriam por água abaixo quando ele, no final, decidisse ficar com os seus iguais, de qualquer jeito.

Mogli: O Menino Lobo fala sobre amizade, criação de laços e identificação com o próximo, não importando para isso a “raça”. Entretanto, é um filme datado, não em virtude da técnica, mas pela abordagem. Hoje, ainda bem, com filmes como Tomorrowland (2015), os estúdios Disney continuam a perpetuar suas mensagens positivistas de uma forma mais moderna e menos inocente. Contudo, não é demérito para o projeto em questão, pois ele funcionava em uma década muito diferente da nossa, mas torna-se bastante pueril quando visto até pela nossa criança mais ingênua. Afinal, ao contrário do que cantava Balu lá nos anos 1960, hoje ninguém mais se contenta somente com o necessário, o extraordinário, em prol de se alcançar justamente os valores que Disney tanto prezava, nunca é demais.

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é formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, é crítico e comentarista de cinema - e eventualmente escritor, no blog “Classe de Cinema” (classedecinema.blogspot.com.br). Fascinado por História e consumidor voraz de literatura (incluindo HQ’s!), jornalismo, filmes, seriados e arte em geral.
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