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Sinopse

Em 1999, na ilha grega de Kalokairi, Sophie está prestes a se casar e, sem saber quem é seu pai, envia convites para Sam Carmichael, Harry Bright e Bill Anderson. Eles vêm de diferentes partes do mundo, dispostos a reencontrar a mulher de suas vidas: Donna, mãe de Sophie. Ao chegarem Donna é surpreendida, tendo que inventar desculpas para não revelar quem é o pai de Sophie.

Crítica

Mais de um bilhão de dólares arrecadados nos palcos em menos de 10 anos em cartaz. O filme musical de maior bilheteria de estréia de todos os tempos. Canções irresistíveis que não deixam ninguém parado. E como protagonista a atriz mais premiada e elogiada da atualidade. Como não adorar Mamma Mia!? Todo mundo que já assistiu ao musical, que já percorreu os cinco continentes, cativava esse espera por uma nova oportunidade de reencontrar esta história boba, porém repleta de animação, alegria e paixão. E o longa que chegou às telas em 2008 não fica devendo em nada ao que mais de 30 milhões de pessoas ao redor do mundo já conferiram no teatro.

Mamma Mia! tem uma trama bastante simples e linear: uma garota (Amanda Seyfried), decide que não quer se casar sem conhecer o pai. Para tanto, remexe num antigo diário da mãe (Meryl Streep, leve como poucas vezes vista antes) e convida três antigos namorados (Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skarsgard) dela que podem ser ou não o homem que está procurando. Assim que eles chegam, as confusões começam. Como cenário, uma iluminada ilha grega, e como coadjuvantes especiais as duas melhores amigas (Julie Walters, da série Harry Potter, e a impagável Christine Baranski, de Chicago, 2002) da mãe, que também aparecem para a cerimônia. Muita festa, música e trapalhadas conduzem o enredo, sempre pontuado por sucessos do grupo sueco ABBA!

Assim como foi visto em Across the Universe (2007), Mamma Mia! faz proveito de uma história de amor para ilustrar as melodias famosas de uma banda extremamente popular. Só que ao invés dos Beatles e dos seus lemas revolucionários temos o ABBA e explosões de cor e energia. Este não é um filme feito para mudar vidas com mensagens profundas e grandes reflexões. Por outro lado, será quase impossível alguém sair do cinema de mau humor.

Dirigido por Phyllida Lloyd, também responsável pela versão teatral e aqui estreando na tela grande, Mamma Mia! é uma obra contagiosa e absolutamente despreocupada. Canções como Money, Money, Money, Dancing Queen, The Winner Takes it All, Take a Chance on Me e, é claro, a que dá título ao filme, colocam elenco e espectadores num mesmo ritmo, provocando risos, descontração e um envolvimento poucas vezes visto no cinema. São poucos os gêneros cinematográficos que conseguem um feito assim, e o musical bem feito é um deles. Da mesma forma, são poucos os exemplos recentes que consegue este efeito, como Hairspray (2007), Moulin Rouge (2002) e Evita (1996). E agora, Mamma Mia!.

Outro fator de grande destaque são os protagonistas, todos muito à vontade. É praticamente impossível acreditar que estamos diante da mesma atriz que conquistou público e crítica em O Diabo Veste Prada (2006). A versatilidade de Meryl Streep atinge novos patamares, comprovando de vez porque ela é uma das mais completas intérpretes do cinema mundial. De aparência jovial e com uma leveza que há tempos não víamos, ela simplesmente domina a ação. Pierce Brosnan, por outro lado, mostra ter superado com tranqüilidade seus anos de agente secreto, e assim como no interessante O Matador (2005) ele coloca em evidência novamente uma insuspeita – porém competente – veia cômica. Já a jovem Amanda Seyfried é uma ótima revelação, mostrando qualidades suficientes para deixar para trás os papéis coadjuvantes.

Com uma competente direção musical, feita pelos próprios Benny Andersson e Björn Ulvaueus (ambos da formação original do ABBA e também produtores do longa), o filme ganha também pela sua estrutura, que nos remete aos clássicos gregos, com um coro sempre comentando a ação. Esses comentários, obviamente, acontecem de forma cantada, proporcionando um envolvimento ainda maior entre platéia e enredo. Mamma Mia! é um presente para todos aqueles em busca de algo que nos lembre que cinema também é entretenimento, porém respeitando a inteligência da audiência com méritos de sobra. Sucesso de bilheteria, deve fazer bonito também na próxima temporada de prêmios, já despontando como favorito nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz em Comédia ou Musical no Globo de Ouro. Nada mais justo ou merecido. And thank you for the music!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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