Crítica


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Sinopse

Desde o ataque dos chitauri a Nova York, Tony Stark vem enfrentando dificuldades para dormir e, quando consegue, tem terríveis pesadelos. Ele teme não conseguir proteger sua namorada Pepper Potts dos vários inimigos que passou a ter após vestir a armadura do Homem de Ferro. Um deles, o Mandarim, decide atacá-lo com força total, destruindo sua mansão e capturando Pepper. Para enfrentá-lo Stark precisará ressurgir do fundo do mar, para onde foi levado junto com os destroços da mansão, e superar seu maior medo: o de fracassar.

Crítica

A expectativa era alta. Após o término de Os Vingadores (2012) e as primeiras informações sobre a trama de Homem de Ferro 3, aliadas aos teasers e trailers, tudo o que se esperava era um momento mais sério na carreira do herói. Afinal, ele está totalmente abalado e estressado por conta da batalha final ao lado dos colegas contra os alienígenas que pretendiam invadir a Terra. Porém, a história original em que o filme é baseado, a saga dos quadrinhos Extremis, uma das mais elogiadas dos últimos anos, é desvirtuada ao extremo (sem trocadilhos) num roteiro repleto de furos. O que salva o longa, além de ótimas cenas de ação e o humor constante? Ora, Tony Stark! Ou melhor, Robert Downey Jr.

Em meio a uma péssima fase psicológica, Starkfaz inúmeros novos protótipos tentando inovar os poderes de sua armadura. Afinal, como lidar com inimigos cósmicos apenas com tecnologia? Enquanto isso, um novo terrorista, o Mandarim (Ben Kingsley), está assustando os EUA com seus atentados. A resposta aos ataques está numa nova tecnologia orgânica, a Extremis, que além de renovar corpos desmembrados, confere novos poderes a quem a utiliza. É claro que o responsável por ela, Aldrich Killian (Guy Pearce), não parece muito interessado em aproveitar o recurso para ajudar a humanidade. Logo a mansão do herói é atacada e ele tem que sobreviver sem sua armadura por um bom período, o que leva a investigações estapafúrdias e de resoluções fáceis, a la os filmes da série 007 em sua fase menos criativa.

Quando um filme utiliza uma narração em off sem importância nenhuma logo no início, já se sabe que algo está errado. E é exatamente isto que acontece aqui. Neste interim, Stark vai parar (numa coincidência absurda) na casa de uma criança abandonada pelo pai, seu fiel mordomo cibernético Jarvis está fora do ar e sua amada Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) é sequestrada logo após salvá-lo da morte. Ao mesmo tempo, seu melhor amigo Jim Rhodes (Don Cheadle) utiliza uma nova armadura - o Patriota de Ferro - com implausíveis acessos aos arquivos da IMA (conglomerado do vilão). São tantos problemas acompanhados de soluções rápidas e sem esforço que o espectador pode ficar incomodado, ainda mais se levar em conta o primeiro e o segundo filmes do herói, que não duvidavam da inteligência do público.

Ben Kingsley é sempre ótimo, mas a construção de seu personagem é uma vergonha. O Aldrich Killian de Pearce é um vilão caricato com pretensões extremamente rasas. Rebecca Hall é subaproveitada, assim como sua personagem Maya Hansen. É uma luta desigual com o lado heroico. Se de Downey Jr. não há o que falar, Pepper ganha uma importância maior na história (um grande acerto do roteiro), assim como Rhodes participa ativamente das sequências de ação. Talvez o problema esteja com o diretor Shane Black, que apesar de ter escrito e dirigido a ótima comédia de ação Beijos e Tiros (2005) - que inclusive tem Downey Jr. no elenco -, nunca mais havia representado os dois papéis atrás das câmeras.

Ainda assim, Homem de Ferro 3 é um filme do Homem de Ferro e entretém na medida certa. Como um bom longa da Marvel, não perca a cena final pós-créditos. Pode não ter muita importância, mas é de sair gargalhando da sala, ainda mais com a presença de um dos personagens mais queridos da saga dos heróis no cinema. Enquanto aguardamos os próximos lançamentos da chamada “Fase 2” dos estúdios, é sempre bom lembrar que Downey Jr é o cara. Ele é Tony Stark. Ele é o Homem de Ferro. E ele vai voltar. Espero que voando bem alto e fazendo o espectador se divertir e rir como nunca. Algo que ele sempre consegue.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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