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Sinopse

Nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, os nazistas tentam usar magia negra para matar as pessoas. Os Aliados invadem o campo onde um ritual está se realizando mas vêem que um garoto - o Hellboy, muito parecido com a figura do demônio - já foi dominado pelas forças do mal. Ele é levado ainda assim e, 15 anos depois, luta pelo bem das pessoas. Quando um fenômeno incomum e estranho acontece, a criatura é chamada para a investigação.

Crítica

Criado pelo desenhista Mike Mignola, Hellboy não é um herói convencional – ele é, na verdade, um demônio que caiu no nosso planeta através de um mal-sucedido portal mágico. Como foi criado, desde a infância, por agentes do FBI, o cara é do “bem”. E por isso combate o “mal”. Mas tudo o que deseja era poder tomar sua cerveja, fumar um charuto e curtir em paz com sua garota (isso se arranjasse uma!). Esse lance de salvar o mundo não é muito sua praia, e só está nessa por situações alheias ao seu controle – principalmente pelo fato de ser uma exceção num mundo de humanos. E esse é o retrato que Guillermo Del Toro perseguiu em Hellboy, o filme que, segundo ele, deveria ser o início de uma trilogia.

Hellboy é mais uma adaptação de uma história em quadrinhos a chegar às telas. O diretor antes havia feito Blade 2 (2002), com Wesley Snipes, também uma produção do gênero. Mas, assim como Garfield (2004), aqui também a trama se apoia totalmente em seu protagonista, um personagem rico e interessante e que, apesar de ter dois metros de altura, rabo, chifres e ser todo vermelho, é o que de mais verossímil e natural há em cena. No resto temos apenas explosões, monstros gosmentos e outros exageros, que vão proliferando durante a história de modo tão exagerado e desordenado que não há como não ficar aborrecido. A grande missão será como evitar os bocejos que se espalham por mais de duas horas de projeção.

Os efeitos especiais, nada inovadores, aparecem de modo equilibrado com outras técnicas, como o uso de miniaturas e maquiagem. Isso confere ao trabalho um charme um tanto antiquado, mas ainda assim adequado, já que há uma atmosfera “B” sendo perseguida. Desse modo, fica mais fácil acreditar, mesmo que sem muito interesse, nesse mundo de seres imortais de bestas apocalípticas ao qual somos conduzidos.

Ron Perlman, que interpreta o protagonista, é um coadjuvante muitas vezes visto, mas raramente lembrado. Em seus créditos estão participações em obras tão diversas quanto Alien: A Ressurreição (1997) e Drive (2011), por exemplo. Aqui, no entanto, ele faz e acontece nessa primeira oportunidade como protagonista, aproveitando com personalidade e versatilidade o espaço que lhe foi dado. Um desempenho eficiente a ponto de garantir uma continuação, mesmo que o resultado nas bilheterias deste primeiro filme não tenha sido dos mais satisfatórios, ficando ainda aquém do custo total de US$ 60 milhões. Sinal de que, se para os curiosos Hellboy soa como uma piada antiga e repetida, ao menos os fãs devem estar se dando por satisfeitos.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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