Crítica
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Sinopse
Crítica
Rick Rosenthal, diretor desse equivocado Halloween: Ressurreição, foi responsável também por Halloween 2: O Pesadelo Continua! (1981), o segundo episódio da série, que tinha como missão manter o bom ritmo empregado por John Carpenter no filme original, Halloween: A Noite do Terror (1978), quando o assassino Michael Myers (curiosamente homônimo do comediante Mike Myers, o Austin Powers) apareceu pela primeira vez. Só que, mais de vinte anos depois, o cineasta parece ter esquecido o que soube tão bem utilizar em sua incursão inicial por esse universo, a ponto gerar apenas expectativa e frustração, manchando ainda mais essa que já foi uma das mais cultuadas séries de terror do cinema hollywoodiano.
Para quem não sabe, Michael Myers é um pioneiro do gênero que anos depois traria nomes como Jason e Freddie Krueger. O problema dele, assim como dos outros, é não saber envelhecer: cada nova seqüência, por mais que o tempo avance, tem sempre a mesma cara de “versão inferior”, sem acrescentar nada de novo à trama. O sétimo capítulo da saga, Halloween H20: Vinte Anos Depois (1998), fugia dessa sina e ainda brincava com o gênero: trouxe de volta a ícone Jamie Lee Curtis (que despontou com o original), apresentou novatos de talento (como Josh Hartnett e Michelle Williams) e ainda tinha a ousadia de provocar citações clássicas (como a presença de Janet Leigh, mãe de Jamie Lee e protagonista do clássico Psicose, 1960, de Alfred Hitchcock). Resultado: foi um sucesso de bilheteria e ainda aproveitou para revigorar um estilo que parecia morto e enterrado, aproveitando a onda criada com o impacto de produções como Pânico (1996) e Lenda Urbana (1998), entre outras. Mas suas conseqüências foram mais profundas e permanentes, e esse Halloween: Ressurreição é a prova.
Pra começar, é importante que fique claro que esse novo filme é a verdadeira antítese do seu precedente: não há nada de inovador, as mortes são pouco inventivas e cada ator que em cena parece estar ali apenas para morrer nos minutos seguintes, sem a menor criatividade. Não há esforço algum em busca de qualquer tipo de verossimilhança. A tarefa de se identificar – e torcer – por qualquer personagem é virtualmente impossível, pois não há como acreditar em nada que se vê. Desse modo, como se assustar com o que transcorre na tela? E filme de terror que não provoca medo é morte certa – no pior sentido da expressão.
Jamie Lee, que faz uma pequena participação no início, deve ter ao menos ter sido bem paga – mas não o suficiente que a faça voltar numa eventual sequência, pois o roteiro trata de eliminá-la de vez. Os demais rostos familiares, como o rapper Busta Rhymes e a top model Tyra Banks, fazem exatamente o que se pode esperar deles – ou seja, interpretam a si mesmos – e levam tudo como uma brincadeira. Já a mocinha, Sara (Bianca Kajlich, que nunca mais fez algo digno de nota após esse trabalho), sabe apenas gritar (com auxílio do técnico de efeitos sonoros) e correr, sem demonstrar nenhuma outra qualidade minimamente promissora.
Halloween: Ressurreição é tedioso do início ao fim, um desperdício de tempo e de dinheiro. Rick Rosenthal deveria se aposentar ou continuar fazendo pequenas participações especiais como ator (ele é um professor gorducho que aparece no começo do filme), e não ficar planejando outras continuações para esse desastre. Mas como continuam gerando dinheiro (a arrecadação foi o dobro do orçamento), é pouco provável que decidam parar por aqui. O curioso vai ser descobrir o que acaba primeiro: a paciência de Michael Myers ou a da audiência.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 2 |
Thomas Boeira | 2 |
MÉDIA | 2 |
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