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Sinopse

Numa realidade em que aparentemente todos têm de estar com alguém, um grupo de novaiorquinas, cujos integrantes tiveram relacionamentos frustrados no passado, decide experimentar uma vida sem vínculos duradouros.

Crítica

Depois do sucesso de Missão Madrinha de Casamento (2011), Hollywood parece ter aberto os olhos para as comédias voltadas ao público feminino. Geralmente relegadas às comédias românticas, as mulheres mostraram através dos números de bilheteria que um pouco mais de pimenta no senso de humor não fazia mal a ninguém. Assim surgiram filmes como Quatro Amigas e um Casamento (2012), Mulheres ao Ataque (2014) e este mais recente, Como Ser Solteira, tentativas de capitalizar em cima de um gênero até então inexplorado. Este último acabou não se dando tão bem nos Estados Unidos, já que estreou no dia dos namorados contra Deadpool, a sensação deste finalzinho de inverno americano. De qualquer forma, o trabalho do diretor Christian Ditter consegue divertir minimamente, principalmente quando tenta fugir dos clichês tão enraizados nas comédias voltadas ao público feminino.

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Na trama, assinada por Abby Kohn, Dana Fox e Marc Silverstein, baseada no livro de Liz Tuccillo, conhecemos quatro mulheres que passam por momentos diferentes de suas solteirices. Robin (Rebel Wilson) adora ser livre e solta, podendo ficar com quem quiser quando quiser. Festeira e bastante inconsequente, ela é o total oposto de Lucy (Alison Brie), mulher com a cabeça no lugar e objetivo traçado: casar com o seu homem ideal. Para tanto, ela apela para encontros online, que nem sempre acabam sendo positivos. Morando em cima do bar do solteiro inveterado Tom (Anders Holm), Lucy acaba recebendo algumas dicas do rapaz. Já Alice (Dakota Johnson) estava em um relacionamento firme com Josh (Nicholas Braun) até perceber que nunca teve chance de aproveitar sua vida de solteira. Ela pede um tempo, mas logo se arrepende. Tarde demais, já que o seu ex já encontrou uma nova mulher. Agora, ela terá de conviver com isso e, talvez, a resposta seja o ricaço David (Damon Wayans Jr.). Por fim, a obstetra Meg (Leslie Mann), irmã de Alice, vive fazendo partos de várias mulheres, mas sempre rejeitou a ideia de ter filhos. Seu trabalho a impede de ter relacionamentos duradouros, mas um estalo acaba acontecendo dentro dela, quando decide fazer uma inseminação artificial. A produção seria independente, até aparecer em sua frente o jovem Ken (Jake Lacy).

Filme coral, acompanhamos estas quatro protagonistas à procura não de um homem, mas de si mesmas. Isso é algo salutar, ainda que não pareça de início. As primeiras piadas e situações de Como Ser Solteira não separavam em nada esta comédia de outros filmes sexistas e misóginos que tanto vemos nos cinemas. No final do primeiro ato, no entanto, as coisas começam a se encaixar e corremos para um terceiro ato que consegue quebrar alguns paradigmas do gênero. Se você acha que já sabe como as histórias de Alice ou de Robin terminam, talvez se surpreenda com as escolhas dos roteiristas.

Se temos alguns bons momentos e personagens carismáticos – como Lucy, Meg e Ken – outros não conseguem passar por cima do que já estão acostumados a fazer. Rebel Wilson é ela mesma em todos os filmes e isso incomoda quando você já a viu fazendo as mesmas caretas e as mesmas expressões a cada nova produção. Dakota Johnson não consegue ser muito mais carismática do que havia mostrado em Cinquenta Tons de Cinza (2015). Culpa um pouco dela, mas muito do personagem enfadonho que ela defende. Ao menos, para cada Wilson e Johnson que temos no elenco, Alison Brie e Leslie Mann estão ali para salvar. Ainda que seus personagens ganhem muito menos tempo em tela, suas atuações e motivações são mais interessantes (e até comoventes) do que as demais personagens.

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Quem se divertiu horrores com esta nova leva de comédias adultas para mulheres talvez se divirta com Como Ser Solteira, mas o melhor é não elevar as expectativas. Como um programa descontraído para passar o tempo, o filme até se defende. Não espere um novo Missão Madrinha de Casamento e talvez você saia satisfeito do cinema.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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