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Sinopse

Bolt é um cachorro que estrela uma série de TV, na qual possui superpoderes. Sua companheira é Penny, com quem vive diversas aventuras. Entretanto Bolt não sabe que o mundo que o cerca é falso, acreditando que realmente possui dons especiais. Quando, nas gravações de um dos episódios, Penny é sequestrada pelo dr. Calico, o vilão da série, ele consegue fugir do furgão em que vive e parte atrás dela. Ao lidar com a vida real é que, aos poucos, ele toma consciência de que não tem superpoderes e é um cachorro normal.

Crítica

Quem tem coragem de duvidar do poder dos Estúdios Disney? Há até pouco tempo, muitos diziam que a casa de Mickey Mouse estava acabada, que o futuro pertencia à animação digital e às produções da Pixar e da Dreamworks. Pois bem, quando todos acreditavam que estas glórias haviam ficado definitivamente no passado, eis que surge Bolt: Supercão, um longa que demonstra não só uma vitalidade insuspeita como um novo direcionamento, mostrando que há muito ainda a ser trilhado. Felizmente! Não estamos falando de um filme no nível de Ratatouille (2007) ou Shrek (2001) - só para citar dois oscarizados - por exemplo, mas ainda assim é muito superior às tentativas digitais anteriores da Disney, como O Galinho Chicken Little (2005) e A Família do Futuro (2007)! E se provocou entusiasmo, nenhum indicativo poderia ser mais apropriado de que o caminho está correto.

O primeiro passo acertado foi o de “se não pode vencê-los, junte-se a eles”. E justamente isso foi feito quando a Pixar foi adquirida. Se antes se tratavam de dois estúdios independentes, porém associados somente no momento da distribuição, após cada obra estar pronta, agora é diferente, e o controle criativo de ambos está nas mãos de homens como John Lasseter, diretor de Toy Story (1995) e Carros (2006), entre outros, e produtor de praticamente todas as animações digitais da companhia. E se a união foi definitivamente estabelecida, por quê não aproveitá-la? Assim, o primeiro resultado deste casamento é justamente Bolt: Supercão, que chega aos cinemas em duas versões: tradicional e 3D – essa sim, arrepiante!

A trama, apesar de original, trata de temas bastante caros ao universo Disney: companheirismo, amizade, confiança, respeito e dedicação. Bolt é um cãozinho que, desde pequeno, foi criado dentro de uma companhia de televisão. Ele é a estrela principal de um seriado sobre um cachorro com superpoderes que, ao lado da sua dona, enfrenta os mais diversos perigos. A questão é que ele realmente acredita ser o personagem, sem ter a menor noção do mundo real. Mas um acidente o acaba levando de Los Angeles até Nova York, e perdido e sem ter a quem recorrer, terá que atravessar o país, ao lado de dois novos companheiros – uma gata, que acredita ser comparsa do vilão, e um hamster alucinado, fã dele – além de ter que descobrir do modo mais difícil que não é tão habilidoso quanto imaginava.

Bem recebido pelo público, Bolt: Supercão arrecadou mais de US$ 100 milhões nas bilheterias norte-americanas em pouco mais de um mês de exibição. Não chega a ser um feito memorável, mas ninguém pode considerá-lo um fiasco (só para termos de comparação, tanto Wall-E (2008) quanto Kung Fu Panda (2008) arrecadaram mais de US$ 200 milhões nos EUA e mais de US$ 500 milhões em todo o mundo). A crítica também o aplaudiu, conferindo-lhe indicações como Melhor Longa de Animação do ano em premiações como o Globo de Ouro e o Satellites. Sinal de que a turma do Mickey ainda possui um bom fôlego, e que há muito há ser explorado neste universo de magia, encanto e sedução. E se todos forem tão adoráveis e emocionantes quanto o pequeno Bolt, já estará de bom tamanho!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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