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Sinopse

Após seguir um misterioso coelho, Alice embarca numa aventura fantástica num mundo mágico repleto de figuras inusitadas. Tentando se encontrar no chamado País das Maravilhas, ela acaba conhecendo personagens esquisitos e se metendo em grandes confusões.

Crítica

Décima terceira animação dos estúdios Disney, Alice no País das Maravilhas deveria originalmente ser produzida nos anos 1930, quando Walt Disney tentou sem sucesso levar a onírica obra de Lewis Carroll aos cinemas – livro de difícil adaptação para o qual ele conseguiu dar vida apenas a partir de 1946. Ainda que suas intenções originais fossem as de realizar um filme protagonizado por atores reais interagindo com personagens animados, as múltiplas possibilidades de trabalhar apenas com o segundo recurso lhe encantaram, e o resultado fica evidente numa explosão deslumbrante e envolvente de cor, som e coração.

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Focado nas passagens cômicas, musicais e levemente excêntricas do livro de Carroll, Alice no País das Maravilhas custou para ser levado às telas principalmente pelo conteúdo sombrio e por vezes ilógico de seu material de origem. Sem alguns personagens e sequências, para o bem de um filme mais acessível ao grande público, a animação não perde em encanto e teve a mágica habilidade de inserir num imaginário coletivo as figuras simpáticas de personagens ainda hoje tão queridos. Chapeleiro Maluco, o Coelho Branco, o gato de Cheshire, Tweedle Dee e Tweedle Dum e a Rainha de Copas são alguns deles, ainda muito lembrados nos contornos multicoloridos do sonho de Alice.

A sonoridade e as inserções musicais de Alice no País das Maravilhas também são atraentes e inventivas, mesmo que na época de seu lançamento muitos críticos e espectadores tenham se sentido prejudicados pela curta duração do filme e a isenção de tantos elementos presentes na fábula original de Carroll. Apontada como episódica, confusa e até mesmo incoerente, a animação anos mais tarde passou a ser cultuada. Vista hoje, parece estar à frente de seu tempo. Ainda assim, Walt Disney lamentava o fracasso comercial da produção, apontando como problemas principais os personagens estranhos e a interpretação antipática da jovem atriz Kathryn Beaumont, que emprestou sua voz à protagonista.

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Entre tantas versões antiquadas, pós-modernas e experimentais, o texto perene de Lewis Carroll permanece envolvendo gerações. Recentemente levados às telas por Tim Burton, a personagem e seu universo mítico finalmente conquistaram o grande público, porém a partir de estética artisticamente medíocre. Assim, esta animação da Disney permanece como uma das melhores adaptações desta história fantástica e singular, que supera princesas como Branca de Neve e Os Sete Anões (1937) e Cinderela (1950) em ousaria e originalidade.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Graduado em Publicidade e Propaganda, coordena a Unidade de Cinema e Vídeo de Caxias do Sul, programa a Sala de Cinema Ulysses Geremia e integra a Comissão de Cinema e Vídeo do Financiarte.
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