Alice no País das Maravilhas
- Clyde Geromini, Wilfred Jackson, Hamilton Luske
- Alice in Wonderland
- 1951
- EUA
Crítica
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Sinopse
Crítica
Décima terceira animação dos estúdios Disney, Alice no País das Maravilhas deveria originalmente ser produzida nos anos 1930, quando Walt Disney tentou sem sucesso levar a onírica obra de Lewis Carroll aos cinemas – livro de difícil adaptação para o qual ele conseguiu dar vida apenas a partir de 1946. Ainda que suas intenções originais fossem as de realizar um filme protagonizado por atores reais interagindo com personagens animados, as múltiplas possibilidades de trabalhar apenas com o segundo recurso lhe encantaram, e o resultado fica evidente numa explosão deslumbrante e envolvente de cor, som e coração.
Focado nas passagens cômicas, musicais e levemente excêntricas do livro de Carroll, Alice no País das Maravilhas custou para ser levado às telas principalmente pelo conteúdo sombrio e por vezes ilógico de seu material de origem. Sem alguns personagens e sequências, para o bem de um filme mais acessível ao grande público, a animação não perde em encanto e teve a mágica habilidade de inserir num imaginário coletivo as figuras simpáticas de personagens ainda hoje tão queridos. Chapeleiro Maluco, o Coelho Branco, o gato de Cheshire, Tweedle Dee e Tweedle Dum e a Rainha de Copas são alguns deles, ainda muito lembrados nos contornos multicoloridos do sonho de Alice.
A sonoridade e as inserções musicais de Alice no País das Maravilhas também são atraentes e inventivas, mesmo que na época de seu lançamento muitos críticos e espectadores tenham se sentido prejudicados pela curta duração do filme e a isenção de tantos elementos presentes na fábula original de Carroll. Apontada como episódica, confusa e até mesmo incoerente, a animação anos mais tarde passou a ser cultuada. Vista hoje, parece estar à frente de seu tempo. Ainda assim, Walt Disney lamentava o fracasso comercial da produção, apontando como problemas principais os personagens estranhos e a interpretação antipática da jovem atriz Kathryn Beaumont, que emprestou sua voz à protagonista.
Entre tantas versões antiquadas, pós-modernas e experimentais, o texto perene de Lewis Carroll permanece envolvendo gerações. Recentemente levados às telas por Tim Burton, a personagem e seu universo mítico finalmente conquistaram o grande público, porém a partir de estética artisticamente medíocre. Assim, esta animação da Disney permanece como uma das melhores adaptações desta história fantástica e singular, que supera princesas como Branca de Neve e Os Sete Anões (1937) e Cinderela (1950) em ousaria e originalidade.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Conrado Heoli | 7 |
Robledo Milani | 8 |
Chico Fireman | 8 |
Francisco Russo | 8 |
Bianca Zasso | 8 |
Matheus Bonez | 7 |
MÉDIA | 7.7 |
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