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Sinopse
Em A Perseguição, Ottway (Liam Neeson) trabalha em um lugar isolado do mundo no Alasca e seu papel é manter os lobos afastados dos funcionários de sua empresa. Certo dia, quando retornava à cidade grande para matar a saudade da esposa, o avião caiu e sobraram poucos passageiros. Feridos e sem alimentos, começa uma verdadeira luta.
Crítica
Liam Neeson é um daqueles raros atores que conseguiram o estrelato já numa idade mais madura, ao contrário dos novos nomes que surgem ainda na adolescência (em sua maioria). Ele já contabilizava quase 30 títulos quando foi indicado ao Oscar como protagonista da obra-prima de Steven Spielberg, A Lista de Schindler, em 1993. Afinal, quem lembra dele como coadjuvante de Cher e Dennis Quaid em Sob Suspeita (1987), ou de Michael Douglas e Melanie Griffith em Uma Luz na Escuridão (1992)? Os mais nerds devem recordar de Darkman: Vingança sem Rosto (1990), de Sam Raimi, mas se ligaram que é ele o herói mascarado dessa aventura B? Porém, o passar dos anos lhe fizeram bem, e além de ter defendido personagens importantes em sagas campeãs de bilheteria como Batman (2005), Star Wars (1999), As Crônicas de Nárnia (2005) e Fúria de Titãs (2010 e 2012), entre outros sucessos, tem se mostrado também viável em trabalhos menores, menos ambiciosos e com ótimos retornos, como Busca Implacável (2008), Desconhecido (2011) e esse A Perseguição. São filmes que se apoiam quase que exclusivamente no seu carisma, e se não possuem outros pontos maiores de interesse, também não decepcionam neste mérito específico.
A trama de A Perseguição pode ser resumida em uma frase: avião cai no meio do Alasca e o pequeno grupo de sobreviventes luta contra o mau tempo e contra os lobos que passam a persegui-los. Não há muito além disso. Neeson se reúne aqui com o diretor de Esquadrão Classe A (2010), Joe Carnahan. O estilo desse, geralmente seco, direto e visceral, à princípio se encaixaria bem no perfil destes homens que foram jogados de lado pela sociedade e que buscam nesse lugar inóspito e abandonado uma nova chance na vida. São ex-presidiários, golpistas, desiludidos e viciados. Cada um com um problema, buscando ali trabalho, juntar uma grana difícil, porém honesta, e assim retornar para seus amigos e familiares prontos para recomeçar. O acidente aéreo acontece justamente numa destas viagens de retorno. E após tanta desilusão eles precisam não apenas se unirem, mas também encontrar um motivo em suas histórias para continuarem vivos.
Naturalmente Neeson acaba assumindo o papel de líder do grupo. Ele trabalhava como matador de lobos, impedindo-os de se aproximarem as instalações das fábricas. Por isso conhece os animais melhores do que qualquer um ali. E é esse conhecimento que o faz perceber, imediatamente, que eles foram jogados numa área próxima dos covis da alcateia e que precisam abandonar aquele território o quanto antes, sem poder esperar por qualquer tipo de ajuda, pois poderão ser atacados pelas feras a qualquer instante. E dentre tantos mortos e feridos, se tornam presas fáceis para os lobos selvagens, que passam a persegui-los e cercá-los. E qualquer descuido poderá ser fatal.
Ao lado do protagonista estão alguns nomes razoavelmente conhecidos, como Dermot Mulroney, que encantou Julia Roberts em O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997), e Frank Grillo, ator competente visto no intenso Guerreiro (2011). Mas o show é todo de Liam Neeson, que supera até as fragilidades de Carnahan, que se perde em tentativas vazias de buscar emoção no passado dos personagens, deixando de lado a tensão pura do momento retratado. A Perseguição não é grande coisa, mas poderia ser muito mais se não se importasse em ser pequeno, rápido e rasteiro. Seu problema é justamente apostar em muita filosofia, tentando justificar ações que são mero instinto e vislumbrar um potencial que, neste caso, pouco interessa. É o típico caso em que menos seria muito mais. Mas como ousou no exagero, temos algo que ficou muito aquém do prometido.


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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 5 |
Chico Fireman | 5 |
MÉDIA | 2.5 |
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