Crítica
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Sinopse
Crítica
Apesar de ser inspirado em fatos reais – um elemento que certamente fez diferença no incrível sucesso conquistado por Invocação do Mal (2013) no ano passado – o recente A Marca do Medo pouco consegue com sua trama se diferenciar das diversas outras produções do gênero que semanalmente chegam às telas, cada vez recebidas com uma expectativa menor. E muito é culpa do diretor e roteirista John Pogue, responsável pelos genéricos Quarentena 2 (2011) e Navio Fantasma (2002) – deste último, só o texto. Seu filme não possui meios termos, sem intervalos para que os personagens possam ser construídos, aprofundados. Como consequência, há pouca identificação da plateia com o que se desenvolve em cena. E assim tudo passa a ser irrelevante, um passatempo desnecessário e sem maiores repercussões.
O protagonista de A Marca do Medo é Brian McNeill, interpretado por Sam Claflin, jovem ator inglês que tem tentado se firmar como estrela em Hollywood, porém sem muito sucesso. Após marcar presença discretamente em três franquias bem populares – Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas (2011), Branca de Neve e o Caçador (2012) e Jogos Vorazes: Em Chamas (2013) – ele finalmente tem sua primeira oportunidade à frente de um elenco. Essa oferta, no entanto, não é bem aproveitada. Ambientado nos anos 1970, o filme parece se preocupar mais com penteados e figurinos do que em realmente posicionar os atores na época proposta. E escondido atrás de uma franja constrangedora e suíças exageradas, golas rolês e calças boca-de-sino, ele surge como um cinegrafista tímido contratado por uma equipe de investigadores científicos. O objetivo? Registrar a tentativa de provar que uma garota (Olivia Cooke), supostamente possuída por um espírito do mal, sofre apenas de males passíveis de uma explicação lógica.
Tal processo é chamado de Experimento e liderado pelo professor Joseph Coupland (Jared Harris, filho do grande Richard Harris – o primeiro Dumbledore da saga Harry Potter), um cético que se recusa a acreditar em qualquer tipo de indicativo sobrenatural. Com eles estão também um casal de namorados, Krissi (Erin Richards) e Harry (Rory Fleck-Byrne). Nenhuma destas cinco pessoas, enclausuradas em uma casa enorme, revela de imediato seus reais objetivos. E será esse cotidiano que passamos a acompanhar: os ataques de possessão da suposta vítima, as mentiras e segundas intenções do coordenador do projeto, as traições e seduções da moça sã, a presença desnecessária do rapaz facilmente iludido. E, por fim, a atração inexplicável que surge entre Brian e Jane, aquela que à princípio deveria ser apenas objeto de estudo, mas que talvez tenha suas próprias razões para aceitar tudo a que é submetida durante os testes e sofrimentos.
Fracasso de público nos EUA – menos de US$ 10 milhões arrecadados nas bilheterias – A Marca do Medo não contava com a confiança nem do estúdio que o realizou – afinal, foi filmado em 2012 e ficou dois anos nas prateleiras, ganhando espaço no circuito somente após a relativa notoriedade que o ator principal conquistou com seus outros trabalhos. Provocando pouquíssimos sustos, sem uma ambientação eficiente que carregasse o espectador para dentro do drama proposto pela história e com efeitos pouco convincentes, nem mesmo as fotos exibidas durante os créditos finais, que supostamente seriam das pessoas envolvidas com este caso verídico, parecem fazer diferença. Afinal, aí já é tarde demais.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 2 |
Ailton Monteiro | 5 |
MÉDIA | 3.5 |
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