Crítica


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Sinopse

O mamute Manny, o tigre de dentes-de-sabre Diego e a preguiça-gigante Sid são amigos em uma época muito distante dos dias atuais. Até o dia em que eles encontram um menino esquimó totalmente sozinho, longe de seus pais, e decidem ajudá-lo a achar sua família. Enquanto isso, o esquilo pré-histórico Scrat segue na sua saga para manter sua amada noz protegida de outros predadores.

Crítica

Muitos torceram um pouco o nariz no lançamento do primeiro A Era do Gelo. Talvez o problema não fosse nem o filme em si, mas especificamente o roteiro, simples demais em suas ambições, sem grandes novidades. Porém, esse é a típica animação que vai conquistando sua audiência aos poucos, mais pelos elementos que reúne - como os personagens, absolutamente carismáticos - do que pelo conjunto apresentado. E basta uma revisão mais atenta para verificar quão forte é o seu efeito até hoje, tanto tempo após sua estreia.

A história se passa há 20 mil anos, quando milhares de animais devem migrar em direção ao sul por conta do início do período glacial. Paralelo a isso, uma tribo de esquimós também precisa fugir, mas no meio do caminho acaba perdendo um bebê. Para sorte (ou azar) dele, o mamute mal humorado Manny e o bicho preguiça que, com o perdão do trocadilho, tem preguiça de pensar, Sid, o encontram. Assim como Shrek e o Burro (lançado um ano antes, por sinal), os dois criam uma amizade aos trancos e barrancos até a chegada do dentes de sabre Diego, que, a princípio, torna-se o vilão da história. É claro que até a entrega do menino à tribo humana acontecem várias situações divertidas, da implicância entre o trio principal às desastrosas tentativas do esquilo mais neurótico do mundo em conseguir fugir com sua noz. Scrat, por sinal, é o garoto propaganda de A Era do Gelo até hoje. É impossível não associá-lo quando pensamos no filme.

Talvez justamente pela simplicidade da trama seja muito fácil admirar as qualidades dos seus personagens. O fato os ajuda a serem bem explorados em suas personalidades. Sem falar nas qualidades técnicas, do visual em que realmente se acredita que os animais vivam naquele período pré-histórico, à perfeição de suas texturas. Até o detalhe dos pelos dos personagens é incrível, tamanho o dedicado trabalho dos realizadores.

Um grande acerto da Fox, que na época só se dava mal com animações (apesar dos bons Anastasia, 1997, e Titan A.E., 2000). Não só a bilheteria foi surpreendente (quase 400 milhões de dólares em todo o mundo) como o nome do co-diretor brasileiro Carlos Saldanha foi alçado ao estrelato, dando-lhe a oportunidade de dirigir mais duas continuações desta saga (em 2006 e em 2009), além de Rio (2011). Para ter na estante na sala.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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