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Sinopse

A primeira missão de James Bond como agente 007 o leva a Madagascar. Sua tarefa é espionar um terrorista, mas nem tudo sai como o planejado. Bond decide espionar por conta própria o restante da célula terrorista, o que o leva às Bahamas. Lá conhece Alex Dimitrios e sua namorada, Solange. Alex está envolvido com Le Chiffre, o banqueiro de organizações terroristas espalhadas pelo planeta, que pretende conseguir dinheiro em um jogo de pôquer milionário em Montenegro, no Cassino Royale. O MI6 envia Bond para jogar contra Le Chiffre, mas para esta tarefa o agente 007 terá a companhia da sedutora Vesper Lynd.

Crítica

Muito se falou, antes da estréia de 007: Cassino Royale, como Daniel Craig era um ator que nada tinha a ver com o personagem criado por Ian Fleming. Claro que o fato dele ser loiro, pouco conhecido e estar substituindo o bem sucedido Pierce Brosnan foram fatores que ajudaram a elevar a desconfiança dos fãs. Chegou a estreia, no entanto, e todas as dúvidas foram dissipadas. Craig é um excelente ator e deu uma nova atitude para o batido James Bond, um agente que sempre ficava com as mais belas mulheres, dirigia os mais luxuosos carros e bebia seu Martini batido, não mexido.

Na verdade, em 007: Cassino Royale, Bond continua ficando com as belíssimas Bond girls, ainda dirige carros velozes e tem tempo até de inventar bebidas que chamam a atenção pela meticulosidade, como o Vésper. Ainda assim, as mudanças são visíveis. O agente é mais brutal que no passado, tem sentimentos que não nutria com antigas parceiras (quando James Bond largaria uma conquista para correr atrás do bandido?) e não se importa se sua bebida é mexida, batida ou cuspida pelo bartender. Esse é o Bond do século XXI. E um bem-vindo sopro de novidade em uma série que teimava em se repetir.

No filme dirigido por Martin Campbell (o mesmo que dirigiu a estréia de Pierce Brosnan no papel em 007 contra Goldeneye, 1995), conhecemos James Bond antes de ter sua permissão para matar. Em uma cena elegante pela fotografia – e violenta na temática – sabemos como 007 ganhou seus dois zeros e, a partir daí, a ação teima em não parar. James Bond precisa vencer o temível Le Chiffre (Mads Mikkelsen) em uma partida de pôquer para, assim, conseguir do vilão o nome da pessoa por trás de um grupo terrorista. Mas antes disso, Bond se mete em uma perseguição a pé em Madagascar, por perigos bombásticos em um aeroporto e por outras tantas situações que poderão lhe custar a vida. Para sua missão, 007 conta com a ajuda da bela e inteligente Vesper Lynd (Eva Green), do agente da CIA Felix Leiter (Jeffrey Wright) e do dúbio Mathis (Giancarlo Giannini).

É necessário cumprimentar Martin Campbell pelo excelente trabalho em 007: Cassino Royale. Pura adrenalina, o cineasta conseguiu superar todos os seus longas anteriores fazendo um filme que carrega na ação, mas que não esquece nunca da necessidade de uma história envolvente. Quem fica à cargo dela é Paul Haggis, o premiado roteirista de Crash: No Limite (2004) e Menina de Ouro (2004), que supervisionou o trabalho final da dupla Neal Purvis e Robert Wade. A história consegue equilibrar momentos agitados com outros totalmente cerebrais. Ou alguém já viu um filme de ação que reserva mais de 30 minutos de sua duração para jogos de pôquer? E sem nunca perder o ritmo, é importante dizer.

A performance acima da média de todo o elenco, que conta com uma Judi Dench totalmente à vontade com seu papel de grande chefe, é outro ponto favorável para o filme do espião britânico. De forma inédita para a franquia do espião à serviço da rainha, 007: Quantum of Solace (2008), lançado dois anos depois, começa exatamente do ponto onde 007: Cassino Royale termina mas, infelizmente, não se apresenta como uma sequência à altura do trabalho de Martin Campbell. Ainda que tenha bons momentos, a continuação deixou a desejar. É esperar e ver se 007: Operação Skyfall consegue recuperar – ou talvez suplantar – o excelente novo capítulo da franquia agora estrelada por Daniel Craig.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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