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Chegou a hora de mais uma edição do Top Top, nossa lista especial que destaca produções imperdíveis em cartaz. O longa da vez é Eros (2024), documentário dirigido por Rachel Daisy Ellis, que estreou nos cinemas brasileiros em 12 de junho. Com produção da Desvia, coprodução da Ponte e distribuição da Fistaile, o filme propõe um mergulho sensível nas complexidades do desejo, da intimidade e do amor. Mas o que esperar da obra? Quem são os envolvidos? Para falar sobre essas e outras questões, organizamos cinco razões para o nosso leitor estar preparado na hora de comprar o ingresso. Confira a seguir!

1. ESPELHO DA CULTURA BRASILEIRA

Poucos espaços são tão presentes e, ao mesmo tempo, tão invisíveis na paisagem social brasileira quanto os motéis. Usados por casais de todas as idades, estados civis, orientações sexuais e classes sociais, eles formam uma rede disseminada por todo o país, especialmente nas áreas urbanas. A ideia de usá-los como objeto de análise cultural é, por si só, decisão provocadora e certeira. Em entrevista ao Papo de Cinema, a diretora Rachel Daisy Ellis sublinhou essa intenção: Eros nasceu do desejo de refletir sobre o papel do motel na cultura brasileira”. A frase condensa um dos principais motores do filme, que se recusa a tratar o tema com moralismo ou exotismo.

Eros
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2. ESTREIA OUSADA NA DIREÇÃO

Rachel Daisy Ellis tem trajetória consolidada no audiovisual brasileiro, mas quase sempre nos bastidores. Co-fundadora da produtora pernambucana Desvia, ela esteve ao lado de Gabriel Mascaro em projetos como Doméstica (2012), Boi Neon (2015), Divino Amor (2019) e O Último Azul (2025), este ainda inédito no circuito comercial. Eros marca sua estreia na direção de longas, e faz isso com gesto radical. Em vez de construir um documentário tradicional, baseado em entrevistas, narração ou arquivos, Rachel opta por abrir mão do controle direto da câmera. A proposta de Eros foi oferecer celulares a frequentadores reais de motéis, para que eles mesmos filmassem suas experiências, de forma anônima, íntima e voluntária.

3. EXPERIMENTO COLETIVO DE LINGUAGEM

A produção convidou pessoas reais a se filmarem durante uma noite passada em um motel, utilizando seus próprios celulares. Esse gesto transfere a autoria da imagem para os próprios sujeitos filmados. O resultado são vídeos com enquadramentos improvisados, iluminação ambiente e ruídos espontâneos. Eros é, portanto, experimento de linguagem: o cinema como criação coletiva, em que a fronteira entre personagem, autor e espectador se desfaz. Não há mediação nem julgamento. Há entrega.

4. DIVERSIDADE DE CASAIS

Outro aspecto notável de Eros é a pluralidade de corpos, identidades e experiências que compõem o filme. Há casais heterossexuais, homossexuais, pessoas pretas, brancas, evangélicas, adeptas do BDSM, jovens, maduras. Tudo coexistindo sem hierarquias. Essa diversidade não surge como uma agenda forçada ou como vitrine de representatividade. Ao contrário: é parte orgânica do processo, justamente por deixar que os próprios participantes decidam como querem se mostrar e o que querem revelar. Em tempos de polarização e discursos rígidos sobre moral, corpo e sexualidade, Eros propõe escuta radical da diferença.

Eros
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5. RECONHECIMENTO NACIONAL E INTERNACIONAL

Antes de chegar ao circuito comercial em 12 de junho – data escolhida estrategicamente por ser o Dia dos Namorados – Eros já havia circulado em duas importantes janelas do cinema contemporâneo: a Mostra de Cinema de Tiradentes, no Brasil, e o festival CPH:DOX, na Dinamarca. Em Tiradentes, Eros integrou a mostra Aurora, dedicada a obras experimentais, autorais e inéditas. A recepção da crítica foi positiva, com elogios à coragem formal do projeto e à delicadeza com que aborda temas complexos como erotismo, afeto e exposição. No exterior, o filme teve sua estreia internacional no CPH:DOX, um dos principais festivais de documentário do mundo.

E aí? Se interessou? Pois, então, confira o trailer do longa a seguir e compre seu ingresso clicando neste link.

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: [email protected]
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