Ele está de volta! O Top Top mais uma vez chega em ótimo momento para te auxiliar na hora de descobrir os destaques do cinema. O longa da vez é Jorge da Capadócia (2024), que estreou nos cinemas brasileiros no último 18 de abril e cuja trama resgata a trajetória do mais popular dos santos: São Jorge. No filme nacional, seguimos o então soldado Jorge que, após vencer mais uma batalha em 303 D.C., é condecorado enquanto Diocleciano inicia sua última grande perseguição aos cristãos no Império Romano. Jorge se vê diante de seu maior desafio ao testemunhar as crueldades impostas ao povo. Mas o que esperar da trama? Quais são os envolvidos? Para falar sobre essas e outras questões, resolvemos organizar cinco razões para o nosso leitor estar preparado na hora de comprar o ingresso. Confira a seguir!
1. A identificação plural
Não é segredo para ninguém que o Brasil é um dos grandes portos para cristãos de todo o mundo. Segundo pesquisa Datafolha, de 2020, 50% dos brasileiros se consideram católicos, ou seja, reverenciam a figura de São Jorge. Entretanto, não só os fiéis à igreja de Jesus Cristo se percebem na imagem do santo, que encontrou abrigo na nossa tendência de misturar diferentes crenças e figuras dogmáticas. Nas doutrinas de origem africana, como o Candomblé e a Umbanda, o padroeiro dos escoteiros e da Cavalaria do Exército Brasileiro é reverenciado como Ogum. Tanto o orixá africano quanto o santo católico são associados à batalha, à espada e à coragem. Na cultura iorubá, Ogum é conhecido por seu temperamento forte e sua personalidade justiceira, sendo frequentemente descrito como soldado e patrono dos exércitos. Incorporado nas mais diversas manifestações religiosas e culturais, este símbolo chegou durante a colonização portuguesa para fincar raízes eternas no Brasil. Sendo assim, haveria país melhor para tal adaptação?
2. O responsável
Quem está à frente do filme que retrata esse ser tão querido é Alexandre Machafer, ator e cineasta que produz, dirige e interpreta Jorge. Experiente ator de teatro, e especializado em cinema pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o artista adquiriu, ao longos dos anos, afeição especial por temas relacionados ao cristianismo e demais textos bíblicos. Tudo começou com o seriado Bem-Aventurados, de 2019. Na obra, que descreve passagens da vida de Jesus, Machafer atua como diretor. Na mesma temporada, ele ganhou ainda mais holofotes com O Filho do Homem – no qual assina como diretor e produtor – outro projeto que acompanha os feitos de Cristo. Aliás, assim como em Jorge da Capadócia, as duas empreitadas anteriores também foram produzidas pela Fundação Cesgranrio. E aí? Alguma dúvida de que Alexandre está mais do que habilitado para a missão?
– EXCLUSIVO :: Entrevista com o ator e diretor Alexandre Machafer;
3. Os coadjuvantes
E uma das grandes apostas de Jorge da Capadócia está em seu elenco, recheado de atores/atrizes tarimbados. O mais experimentado talvez seja Roberto Bomtempo, que dá vida ao tirano Diocleciano. Além de possuir importantes obras do cinema nacional dos difíceis anos 1990 (crise e retomada) na bagagem – como Menino Maluquinho: O Filme (1995), Quem Matou Pixote? (1996) e Anahy de las Misiones (1997) – Bomtempo é detentor de troféus dos festivais de Brasília, Cartagena e Gramado. Outro destaque fica por conta da atuação de Ricardo Soares como Octávio, o perverso conselheiro de Diocleciano. Inclusive, Ricardo falou mais sobre seu trabalho no filme em entrevista ao Papo (link abaixo). Além destes dois, artistas como Cyria Coentro, Adriano Garib, Miriam Freeland, Charles Paraventi e Roney Villela também engrandecem a equipe.
– EXCLUSIVO :: Entrevista com o ator Ricardo Soares;
4. As locações
E num universo cinematográfico cada vez mais povoado por locações digitais e as famosas telas verdes – no qual pouco dos ambientes em que vemos é, de fato, palpável – é preciso exaltar as paisagens que podemos verificar no longa. Isso porque boa parte das filmagens ocorreu na Capadócia, atual região da Turquia. Esta localidade semiárida, conhecida por suas “chaminés de fada” (altas formações rochosas em formato de cone agrupadas no Vale dos Monges), é palco para os mais diversos feitos de Jorge. De sua humilde casa nas pedras do vale, até os secos ambientes de batalha, o lar do herói se confunde com sua fama.
5. A criatura
É fato, a imagem mais famosa do santo é aquela em que ele está derrotando um temível dragão, muito difundida, aliás, nos famosos “santinhos” (pequenos cartões impressos que retratam devoções católicas). Essa passagem, na qual Jorge salva o povo de Silena, na Líbia, da criatura que se alimentava de aldeões, foi representada pelos mais variados pintores, como o espanhol Bernat Martorell, o alemão Hans Memling, o francês Gustave Moreau e os italianos Paolo Uccello e Ticiano Vecellio. E, é claro, que esse importante coadjuvante da vida de Jorge não poderia ficar de fora do longa. O monstro cuspidor de fogo, ainda que em metáforas, surge para agigantar cenas de combate. E esqueçam frágeis efeitos visuais de outros tempos, pois esse mais novo dragão do cinema nacional bem que poderia garantir espaço em Game of Thrones (2011-2019).
E aí? Se interessou? Pois saiba que essa história está em cartaz em diversas salas de cinema. Confira locais de exibição clicando aqui. A seguir, fique com o trailer.
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