Mais um dos títulos que prometia aquecer as bilheterias nacionais em 2018, Coração de Cowboy atingiu pouco mais de 32 mil espectadores. Para se ter uma ideia, um filme de temática semelhante, como 2 Filhos de Francisco (2005), teve quase 5 milhões de pagantes! Longa de estreia de Gabriel Sater como ator – antes disso, havia feito apenas uma participação rápida, e apenas cantando, em Malasartes e o Duelo com a Morte (2017) –, deveria servir como veículo para lança-lo ao estrelato nacional (o que, como se percebe, acabou não acontecendo). E isso se deve e grande parte à ingenuidade e falta de habilidade do diretor de primeira viagem Gui Pereira, que fez um filme aos moldes de como se fazia por aqui duas ou três décadas atrás, esquecendo-se de se adaptar aos novos tempos. Gabriel – filho do cantor Almir Sater – interpreta em cena uma versão bastante próxima de si: cantor em busca de fama e sucesso. Sem conseguir se satisfazer com os rumos da carreira, decide empreender uma “volta às origens”, indo atrás do seu “eu verdadeiro” (como já ficou claro, os clichês do gênero abundam). E como ele faz isso? Partindo para o interior, é claro. E será lá, ao voltar a colocar o pé na terra e retomar contato com uma antiga namorada e o pai que há muito não via, ele terá que rever esses laços para, enfim, sem esse peso nas costas, voltar a colocar suas coisas no rumo certo. Com a profundidade de um pires, o dramas dos personagens são logos resolvidos no melhor estilo Sessão da Tarde: com muita música e romances tirados de dentro do chapéu. Tudo já visto antes, e em melhores condições.
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