Até dá, com algum esforço, para entender o sucesso que Cinquenta Tons de Cinza (2015), o primeiro longa da trilogia, fez ao passar pelos cinemas. Afinal, era baseado num best seller que vendeu milhões ao redor do mundo, e a promessa de sexo e romance em altas doses de tensão mexeu com a imaginação de muita gente. Ao ponto do filme arrecadar mais de meio bilhão de dólares nas bilheterias de todo o mundo e angariar até mesmo uma indicação ao Oscar (como Melhor Canção Original, mas ainda assim). Bom, mas bastou a trama estrelada por Jamie Dornan e Dakota Johnson entrar em cartaz para que ficasse evidente não apenas a falta de química entre os dois, mas os exageros nos clichês e as obviedades do roteiro. Pois não adiantou a troca de direção – saiu Sam Taylor-Johnson do primeiro e entrou James Foley, e Cinquenta Tons Mais Escuros (2017) foi ainda pior. Pois bem, a trilogia chegou – felizmente – ao fim com Cinquenta Tons de Liberdade (2018), novamente com Foley no comando e Dornan e Johnson se revirando nos lençóis, enquanto enfrentam ameaças terríveis, como uma ex-namorada mais velha ou um antigo patrão ciumento – tudo tão fantasioso quanto inverossímil em suas abordagens. O resultado financeiro deu seu veredito, e este foi o com pior desempenho junto ao público, somando pouco mais de US$ 371 milhões – quase US$ 200 milhões a menos que o primeiro. E vamos combinar: ainda foi muito perto do que entregou nas telas.
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