Michael Bay é um cara que vive pra se superar, né? Para cada A Rocha (1996) e Armageddon (1998), ele faz dois Bad Boys. Pra cada Sem Dor, Sem Ganho (2013), ele faz uns três Transformers. E nesta sua nova incursão pelo mundo dos robozões, as inevitáveis explosões já começam nos créditos de abertura – o que deve ser algum tipo de recorde. Isso, porém, é uma das poucas coisas no seu filme que dá pra entender, pois em seguida começam as destruições filmadas com a câmera na mão, cortando tão rápido de um plano pro outro que os takes parecem estar apostando corrida entre si. E é um feito admirável que se consiga deixar confuso um filme que repete a mesmíssima trama dos quatro anteriores; já é a quinta vez que nos apresentam uma versão de como os robôs vieram parar na Terra, sem contar que o número de objetos mágicos escondidos no nosso planetinha azul é, aparentemente, infindável, porque sempre que um deles é destruído num dos filmes, outro surge para mover a “trama” do próximo. Então é realmente uma pena ver que o pessoal dos efeitos visuais e do design de produção continua a demonstrar um preciosismo apavorante para compor os trocentos robôs e cenários do projeto, já que Bay não dá a mínima pra isso e desperdiça completamente o trabalho desses núcleos ao nunca deixar que o espectador olhe direito ou mesmo entenda o que compõe as coisas que cercam os personagens – céus, às vezes nem dá pra ver quem é o personagem no quadro. Aliás, Anthony Hopkins, mas que po**a esse homem tá fazendo aqui? Só dá pra dizer que é pela diversão do fim de carreira, e de fato seu personagem parece se divertir horrores com a situação, o que, infelizmente, não é o caso do espectador – afinal, agora devem ser mais ou menos 12 horas de Transformers somadas, e é incrível que nunca tenhamos de fato aprofundado relações com alguma das figuras em tela. Nunca.

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é formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, é crítico e comentarista de cinema - e eventualmente escritor, no blog “Classe de Cinema” (classedecinema.blogspot.com.br). Fascinado por História e consumidor voraz de literatura (incluindo HQ’s!), jornalismo, filmes, seriados e arte em geral.
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