Grande vencedor do Festival de Gramado deste ano – premiado como Melhor Filme, Roteiro e Som –, Ferrugem, o segundo longa de ficção do diretor Aly Muritiba, estreou fazendo barulho no Festival de Sundance, nos Estados Unidos, ainda no início do ano, e, desde então, tem sido motivo de muita discussão ao longo de 2018. A realidade contemporânea invade a telona. Na trama, dois adolescentes – Tati (Tifanny Dopke) e Renet (Giovanni de Lorenzi) – permanecem no centro de um drama muito mais próximo da realidade do que gostaríamos de imaginar: ao ter um vídeo íntimo vazado em diversos grupos de whatsapp da escola que frequenta, uma garota vê sua vida virar um verdadeiro inferno, até o momento em que decide tomar uma atitude drástica. Será sobre o garoto que irá pesar essa responsabilidade, e como ele irá lidar com isso diz muito sobre como o filme trata a questão. Dividido em duas partes, o longa-metragem não atinge o mesmo grau de excelência em ambas, mas independentemente disso, tanto no começo como no fim, levanta questões mais do que urgentes e que não podem ser desconsideradas. Um trabalho corajoso, que nem sempre acerta, mas que quando o faz, causa um impacto tão perturbador quanto necessário.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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