Brian De Palma copiou dos melhores para entregar o filme de estreia – tanto que foi eleito, aqui no Papo de Cinema, o melhor diretor de todos os longas da franquia – e John Woo, realizador do segundo episódio, imprimiu uma marca tão pessoal que acabou descaracterizando seu trabalho como parte de um cenário maior. Como continuar após isso, então? Simplesmente recomeçando do zero. E foi basicamente essa a decisão de Tom Cruise ao chamar J. J. Abrams para dirigir Missão: Impossível 3 – o trabalho de estreia do cineasta no cinema, pois até então ele só havia dirigido séries de televisão, como Felicity (1999) e Lost (2004). Coube a Abrams, que ainda estava formando seu estilo próprio, reunir as peças e dar uma nova ‘cara’ à saga Missão: Impossível. E as escolhas dele foram não mais do que ousadas: revitalizou a equipe de auxiliares de Ethan Hunt, trouxe à cena um vilão inesquecível – o Owen Davian do saudoso Philip Seymour Hoffman é de provocar calafrios – e ainda investiu no lado humano do herói, não apenas lhe dando um lar, mas também uma mulher para amar (Michelle Monaghan). Ao romper de forma tão radical com o que havia sido feito até então, alguns tropeços foram dados pelo caminho, e o público sentiu: este é o capítulo de pior desempenho de público de toda a franquia (apenas US$ 134 milhões nos EUA e US$ 397 milhões ao redor do mundo, pouco mais da metade do valor arrecadado pelo longa seguinte, Protocolo Fantasma, em 2011). Por outro lado, tais escolhas se mostraram, com o passar dos anos, mais que acertadas, pois todos os episódios seguintes acabaram por trilhar os mesmos caminhos aqui traçados. Ou seja, pode até ter parecido um passo em falso, mas era não mais do que o respiro necessário para se tomar impulso e seguir em frente melhor do que antes!
:: Média 6,9 ::
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