INDICADOS:
- A Um Passo do Estrelato, de Morgan Neville
- A Praça Tahrir, de Jehame Nouhaim
- Cutie and the Boxer, de Zachary Heinzerlilng
- Guerras Sujas, de Rick Rowley
- O Ato de Matar, de Joshua Oppenheimer
Os cinco longas-metragens selecionados nesta categoria se dividem em apenas duas categorias temáticas: arte versus política. Se os dois títulos que falam sobre o cotidiano de artistas e expressões culturais estão entre as surpresas deste ano, os títulos mais politizados, que tratam de questões pontuais em conflitos ao redor do mundo, despontam como os favoritos a levar a cobiçada estatueta dourada para casa. Nenhum dos títulos, no entanto, chegou a ser exibido nos cinemas com bom retorno de público – como acontecia com os títulos dirigidos por Michael Moore, por exemplo – e alguns nem mesmo fizeram questão de entrar em cartaz – um deles só se tornou possível graças a uma parceria com o sistema de televisão on demand Netflix, tendo ganho projeção em um limitado circuito comercial apenas para se qualificar para o prêmio da Academia – estratégia, aliás, que acabou dando certo. Longas que investiam em assuntos mais diversificados – mas não menos relevantes – acabaram ficando de fora, o que restringiu o impacto do Oscar, ao menos neste quesito. Confira abaixo as nossas apostas para este ano!
Favorito: O Ato de Matar, de Joshua Oppenheimer, é o favorito desta disputa, apesar de estar longe de ser uma unanimidade. Premiado no , no Festival de Berlim 2013, no National Board of Review, na Sociedade Nacional do Críticos e em mais 30 premiações da crítica dos Estados Unidos, é um longa extremamente tenso e perturbador, que investiga o sistema que possibilitou milhares de mortes e assassinatos durante a caça aos comunistas na Indonésia. O filme, com quase 3 horas de duração, teve que ser reduzido em mais de uma hora para ganhar uma versão para os cinemas, o que facilitou seu acesso, sem diminuir a importância da denúncia que carrega. É o mais reconhecido de todos os cinco indicados em festivais e premiações prévias.
Torcida: A Praça Tahrir acabou de ser premiado no Festival de Berlim 2014 – conquistando o mesmo troféu, aliás, obtido por O Ato de Matar um ano atrás. O longa, feito no calor dos acontecimentos durante os processos contra o governo ditatorial no Egito, já está disponível no Brasil para os assinantes Netflix – o que indica que dificilmente chegará às telas de cinema. Mas se pensarmos que, por exemplo, o vencedor do ano passado – Procurando Sugar Man (2012) – segue inédito por aqui, tal iniciativa é até positiva. Foi premiado também no Directors Guild of America como Melhor Direção em Documentário e ganhou o prêmio principal no International Documentary Association, além de reconhecimentos no National Board of Review e nos festivais de Sundance e Toronto. Ou seja, suas chances são grandes, e sua vitória – se vier a acontecer – não será nenhuma surpresa.
Azarão: Qualquer um dos outros três indicados podem ser considerados azarões, com poucas chances de vitória. Se Cutie and the Boxer e Guerras Sujas tiveram pouca repercussão junto à crítica e foram premiados em apenas alguns festivais, o único que pode mesmo surpreender é A Um Passo do Estrelato, premiado no Critics Choice Award, no National Board of Review e nos festivais de Seattle, São Francisco e Amsterdan. Com uma pegada mais leve, registrando o dia a dia do difícil mercado da música pop e dos artistas que acabam se profissionalizando como backing vocals, dando suporte às estrelas mais populares, é um filme que tem conquistado a simpatia do público por onde é exibido. É, de todos os indicados, o único com uma bilheteria expressiva (quase US$ 5 milhões, enquanto que os demais ficaram todos abaixo da faixa dos US$ 500 mil).
Esquecido: Histórias Que Contamos, indicado ao Critics Choice, premiado como Melhor Documentário do ano no National Board of Review e como melhor roteiro de documentário no Sindicato dos Roteiristas, além de outros 10 prêmios da crítica, deixou muita gente espantada pela sua ausência – ainda mais se levarmos em conta o fato de ser dirigido pela cineasta e atriz Sarah Polley, de filmes como Madrugada dos Mortos (2004) e A Vida Secreta das Palavras (2005), além de diretora do emocionante Longe Dela (2006); outra surpresa negativa foi o fato de Blackfish: Fúria Animal ter ficado de fora, ainda que tenha sido premiado pelos críticos de Washington e Las Vegas e indicado ao Critics Choice e ao Bafta. Dois longas muito bem recebidos pelo público e pela crítica e que mereciam melhor sorte no prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
Tudo sobre todos os indicados ao maior prêmio do cinema mundial você confere no Especial Oscar 2014!
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