O brasileiro Heitor Dhalia é um cineasta interessante, com contornos únicos, e que, portanto, traduz muito bem o espírito do próprio cinema brasileiro. Ainda assim, este projeto poderia ser considerado o seu mais ambicioso até então, se mostrando duro e austero na execução, e complexo em seu conteúdo dramático. Focado na jovem Filipa (Laura Neiva), o filme se desenvolve em torno de seu amadurecimento, tanto o psicológico quanto o sexual. E grande influência disso é a situação de seus pais. A mãe, Clarice (Débora Bloch), desconta suas frustrações na família. O pai, Matias (Vincent Cassel), está desligado dessas pessoas, pois mais concentrado em terminar o seu livro. Sempre em busca de escapismos, aliás, não surpreende que em certo ponto o personagem de Cassel seja pego por Filipa aos beijos com outra mulher, o que acaba impactando diretamente a filha. Completamente à vontade na companhia de atores brasileiros, Cassel – que, inclusive, chegou a fixar moradia no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, com a então esposa Monica Bellucci – emprega sua persona normalmente melancólica num personagem que se beneficia imensamente dela. – por Yuri Correa

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