A lamentável morte do ator Paul Walker, astro da série Velozes e Furiosos, deu um fim inesperado para uma carreira em ascensão e um desfecho amargo para os fãs do seu personagem nos longas automobilísticos. Resta saber como as pontas serão amarradas no futuro sétimo filme da série, que já estava com as filmagens acontecendo quando a tragédia aconteceu. Uma merecida homenagem ao protagonista é o mínimo esperado por todos.

Enquanto isso, você sabia que outro filme com o mesmo título original do quarto título da série, Fast and Furious, foi produzido no final da década de 1930? Totalmente o oposto de carros e corridas, o longa é uma comédia de humor negro recheada de mistérios e que tem como protagonistas um casal de detetives.

Bom, são sete décadas de diferença entre as duas produções, mas a equipe do Papo de Cinema resolveu investigar e descobriu que há seis graus de separação entre ambos. Sem mais delongas, descubra quais são os elos entre os filmes homônimos de 1939 e 2009!

 

1. Fast and Furious (1939)

Produção de 1939 que nada tem a ver com carros tunados e velocidade, Fast and Furious – que aqui no Brasil, segundo o IMDb, ganhou o título de Um Casal como Poucos – é o terceiro filme de uma trilogia encabeçada pelo casal de detetives Joel e Garda Sloane, que além de solucionarem crimes, vendem livros usados em Nova York. Produção tão requintada quanto livros de mistério vendidos em bancas de jornal, a trilogia nunca teve o casal protagonista interpretado pelos mesmos atores. Neste terceiro capítulo, Ann Sothern vivia a destemida Garda, enquanto o detetive Joel é interpretado pelo indicado ao Oscar Franchot Tone…

2. O Grande Motim (1935)

Franchot Tone teve sua primeira e única indicação ao prêmio da Academia pela sua performance em O Grande Motim, longa-metragem vencedor do Oscar de Melhor Filme em 1936. Curiosamente, Tone concorreu junto de seus dois parceiros de tela pela estatueta de Melhor Ator e os três perderam o prêmio para Victor McLaglen, protagonista de O Delator (1935). Um destes companheiros de tela era Charles Laughton, vencedor do prêmio em 1934 pela sua interpretação em Os Amores de Henrique VIII (1933). O outro? O eterno Rhett Butler de E O Vento Levou (1939), Clark Gable…

3. Os Desajustados (1961)

Com uma filmografia com clássicos como Aconteceu Naquela Noite (1934), O Grande Motim (1935), E o Vento Levou (1939), Clark Gable pode ser apontado como um dos atores mais importantes das décadas de 30 e 40 do século passado. Mesmo que suas produções mais elogiadas sejam deste período, o ator se manteve ativo até sua morte, em 1961. Seu derradeiro filme, Os Desajustados, o colocou ao lado da musa Marilyn Monroe – com quem o astro não teve muita paciência, como era de praxe. Além da estrela, Gable contracenou com o hoje veterano Eli Wallach, conhecido pelo seu papel no clássico western Três Homens em Conflito (1966)…

4. Três Homens em Conflito (1966)

O mestre do western Sergio Leone fechou sua trilogia do Homem sem Nome com um dos maiores faroestes da história do cinema. Três Homens em Conflito colocava o bom Clint Eastwood, o mau Lee Van Cleef e o feio Eli Wallach numa disputa por ouro enterrado em um cemitério. Nesta jornada, tiros, traições e embustes serão a tônica, com a inesquecível música de Ennio Morricone dando o tom. Eastwood, na época um astro em franca ascensão, viria a ser um dos diretores mais elogiados de sua geração. Dentre seus filmes mais comentados, o indicado ao Oscar Cartas de Iwo Jima (2006) se destaca por apresentar o lado japonês da Segunda Guerra Mundial, servindo de filme espelho para o igualmente elogiável A Conquista da Honra

5. A Conquista da Honra (2006)

Ainda que tenha sido lançado antes, A Conquista da Honra acabou ficando ofuscado pelas indicações ao Oscar de seu filme irmão Cartas de Iwo Jima. É bem verdade que aquela primeira produção era um trabalho mais convencional e, talvez por isso, não tenha chamado tanto a atenção do público ou da crítica. Porém, a história dos soldados que teriam levantado uma bandeira dos Estados Unidos em plena guerra e, depois, se viram obrigados a servir como relações públicas do conflito – sem terem feito de fato o hasteamento da flâmula – mostra como funcionam os bastidores de uma guerra e como as feridas internas daqueles soldados nunca seriam curadas. Dentre o elenco de jovens rapazes, o destaque ficava para Ryan Phillippe, Adam Beach e Paul Walker

6. Fast & Furious (2009)

Franquia criada em 2001, Velozes e Furiosos começou a realmente ficar interessante para o público em geral (e não apenas para os entusiastas de carros) a partir do seu quarto capítulo, lançado em 2009. Lá fora, chamado apenas Fast & Furious, como o seu homônimo de 1939. No filme, Paul Walker e Vin Diesel se reencontravam nas telas após aparecerem sozinhos no segundo (Walker, como protagonista) e no terceiro (Diesel, em apenas uma ponta). Série de filmes mais rentável dos estúdios Universal, foi neste quarto episódio que pudemos conferir de forma melhor desenvolvida a amizade entre Dominic Toretto e o agente Brian O’Conner.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
avatar

Últimos artigos deRodrigo de Oliveira (Ver Tudo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *