Edward Norton é um daqueles atores que, embora não apareça em tantas produções, mantém um padrão de qualidade na interpretação. Ele começou a atuar muito jovem, enquanto terminava seus estudos na Universidade Yale. Após experiências no teatro, conseguiu enfim um papel de destaque no cinema, e com ele sua primeira indicação ao Oscar por As Duas Faces de um Crime (1996). Mais tarde também seria indicado por A Outra História Americana (1998) e Birdman ou (A inesperada Virtude da Ignorância (2014). Além do cinema, o ator possui outros empreendimentos, tendo sido um dos primeiros investidores da Kensho e co-fundador da EDO. Aproveitando sua fama, ele contribui para várias causas sociais e políticas e tem vários projetos beneficentes. Porém, Norton também é conhecido por ser controverso, sendo considerado por alguns um ator difícil de se trabalhar, sobretudo porque não se deixa dirigir. Mas, controvérsias à parte, pelo que vemos na frente das câmeras, fica claro que suas ideias devem ser brilhantes. E é por isso que resolvemos homenagear esse ator nascido em 18 de agosto de 1969 e que merece ser lembrado enquanto aguardamos novas produções. Confira!

 

As Duas Faces de um Crime (Primal Fear, 1996)
Demorou bastante até os produtores fecharem o elenco certo para este filme dirigido por Gregory Hoblit e estrelado por Richard Gere. E foi justamente no meio de tantos testes que o jovem Edward Norton chamou a atenção de todos com sua presença. O roteiro de As Duas Faces de um Crime foi baseado no livro Primal Fear, de William Diehl. Na história, um advogado concorda em representar Aaron Stampler (Norton), acusado de assassinar um arcebispo com requintes de crueldade. Porém, Aaron sofre de psicose histérica e dupla personalidade, e foi justamente seu alter ego Roy quem cometeu o assassinato. Norton, mesmo em seu primeiro papel no cinema, consegue trazer personalidade a cada faceta do personagem. E seu desempenho foi tão marcante que ele foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Não levou, mas deixou registrado tudo o que seria capaz de fazer em cena.

 

 

A Outra história Americana (American History X, 1998)
Este drama policial dirigido por Tony Kaye rendeu a Norton sua segunda indicação ao Oscar, mas dessa vez, de Melhor Ator Principal. Aqui, o ator dá vida a Derek Vinyard, um ex-líder neonazista que foi condenado à prisão. Lá dentro, mudou seu padrão de comportamento, e ao sair tenta convencer seu irmão a não cair no mesmo erro. Há de se destacar, além da performance de Norton, a presença de Edward Furlong como seu irmão Danny. A intercalação da fotografia em cores e em preto e branco delimita o espaço temporal e ajuda o espectador a identificar os dois momentos da vida de Derek. E mais uma vez podemos perceber a força da interpretação de Norton, sobretudo quando comparamos seu personagem do passado e seu discurso de ódio com ele no presente, totalmente oposto. Neste ano Norton perdeu o Oscar para Roberto Benigni em A Vida é Bela.

 


Cartas na Mesa (The Rounders, 1998)
Não é incomum ver Norton como um personagem de apoio cuja presença é fundamental para o desenrolar da história. É o que acontece em Cartas na Mesa (1998), estrelado por Matt Damon. No filme, que explora o universo do poker e se tornou um dos clássicos essenciais da modalidade, ele interpreta Lester Murphy, o melhor amigo que vai fazer Mike McDermott voltar aos feltros em busca de novas vitórias. Neste ponto, é interessante perceber como os atores principais trabalham seus personagens, que são o extremo oposto. Norton, principalmente, parece confortável na pele de um homem sem escrúpulos e que deseja apenas levar a melhor.

 

 

 

Clube da Luta (Fight Club, 1999)
Considerado um filme cult, Clube da Luta não foi bem recebido na época de seu lançamento. Aqui, a psicologia entra como pano de fundo para a história de um homem abalado por insônias constantes. Após buscar ajuda em grupos de apoio, ele conhece o misterioso Tyler Durden (Brad Pitt), e junto com ele irá fundar o Clube da Luta. Não é possível falar muito sobre este filme, seguindo sua primeira regra. O que podemos adiantar é que Norton se destaca através do personagem-narrador, tão complexo quanto sua própria história. O filme dirigido por David Fincher não rendeu indicações ao Oscar, mas sem sombra de dúvidas é o mais conhecido do ator.

 

 


A Última Noite (25th Hour, 2002)
Este filme acompanha o último dia de liberdade do traficante de drogas Monty Brogan (Norton), antes dele entrar para a prisão. Nesses momentos, Brogan analisa pontos de sua vida pregressa enquanto se despede de tudo e todos que ele conhecera até então. Norton humaniza o personagem, fazendo com que o espectador simpatize com sua figura e passe a torcer a seu favor. Vale lembrar que A Última Noite foi dirigido por Spike Lee e conta com a presença de dois vencedores do Oscar: Anna Paquin e Philip Seymour Hoffman.

 

 

 

 

 

+1

O Ilusionista (The Illusionist, 2006)
Escolhemos esta produção por ela ser bem diferente das demais. E mostra justamente a versatilidade de Norton. Em O Ilusionista, de Neil Burger, ele é um homem que tem duas paixões: a magia e a bela duquesa Sophie. O romance deles é proibido pela classe social, e ele decide se dedicar à mágica. Mais tarde, os dois voltam a se encontrar. Algo que impressiona neste filme é fotografia que remete à uma certa nostalgia e lembra bastante a estética de George Méliès, o ilusionista que se tornou cineasta. Isto é reforçado através dos efeitos especiais e clima etéreo. E Norton dá vida a tudo isso, construindo mais um personagem inesquecível. Surpresa nenhuma para quem acompanha sua carreira.

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