Como diria Seu Madruga (personagem de Ramón Valdés no seriado mexicano Chaves, 1972-1983), “Acapulco, lá vou eu“. Está bem, não foi dessa vez que o Papo de Cinema marcou presença na paradisíaca praia do México. Na verdade, a equipe criativa da série Acapulco (2021-2022) nos convidou para participar de uma mesa redonda virtual com outros diversos jornalistas, oriundos de Itália, Alemanha, Japão, entre outros países. Nesse “Press Day” especial, conversamos com as estrelas do show que acompanha a versão jovem de Maximo, anti-herói do badalado longa latino Como se Tornar um Conquistador (2017), enquanto ele trabalha no badalado hotel Las Colinas. Aliás, a estrela do longa, Eugenio Derbez, é um dos produtores do seriado. Tratou-se, é claro, de uma iniciativa da Apple TV+ para promover a segunda temporada do programa, que estreia em 21 de outubro na plataforma de streaming. Na lista de entrevistados estão artistas que estrelaram produções de sucesso, como A Máscara do Zorro (1998), Amores Brutos (2000), Prenda-me se for Capaz (2002), Nip/Tuck (2003-2010), Glee (2009-2015) e Gotham (2014-2019). Ficou curioso? Sem mais demora, confira este bate-papo exclusivo abaixo.
Enrique Arrizon (Maximo, versão jovem)
Enrique, em diversos momentos percebemos a sua habilidade para imitar os trejeitos do Eugenio. Sorriso, movimentos… como foi esse processo?
Bom, sou mexicano, então cresci assistindo a Eugenio na TV e no cinema. Mas, para compor essa persona, precisava de mais. Quando fui escolhido como protagonista, me concentrei em todo o tipo de clipes e propagandas que ainda não havia visto, além, é claro, de ter assistido a Como se Tornar um Conquistador (2017) diversas vezes (risos). Com esse material, consegui colocar todas essas ideias em um liquidificador e misturar, até chegar no meu Maximo. E parece ter dado certo! Estou feliz que o público está recebendo bem o papel. Eugenio é um artista importante no meu país e que carrega uma geração de fãs. Queria muito dar conta dessa representação. No começo foi difícil, mas tudo se conectou no final, de uma forma ou de outra.
Jessica Collins (Diane, proprietária do Las Colinas)
Jessica, este é um de seus primeiros contatos com uma produção numa língua diferente da sua materna. Como foi o processo de conexão com o idioma espanhol e de atuar com tantos jovens mexicanos?
Buenos dias, qué tal? Mi español no es muy bueno y feliz de estar aquí con amigos. Certo, essas frases resumem meu espanhol. Ainda estou trabalhando nisso (risos). Foi realmente adorável estar com esses jovens. Aliás, a pergunta é engraçada, pois ao atuar nessa produção me dei conta de que um dia fui dormir uma jovem e acordei uma veterana do ramo, com mais de 30 anos dedicados ao trabalho. Foi tão bom sentir esse amadurecimento. Estar entre esse novatos, a maioria em seu primeiro projeto, me encheu de orgulho e inspiração. Além disso, todos foram respeitosos demais comigo, me ensinando termos e costumes mexicanos que desconhecia completamente. Mas claro, ainda estou me acostumando com a ideia de ser a “hot mama” (mamãe bonitona) nesse período da carreira (risos).
Camila Perez (Julia, secretária do Las Colinas) e Chord Overstreet (Chad, filho de Diane e gerente do Las Colinas)
Camila, em sua filmografia, diversos são os títulos de tom mais dramático. Como foi essa aventura pela comédia?
Foi difícil, mas divertido. A intimidação da novidade artística é inegável, algo que tinha acontecido comigo quando tive que dançar pela primeira vez no cinema. Entretanto, a única forma de lidar com isso é estar com a mente aberta e abraçar a oportunidade do aprendizado junto aos colegas. A maioria dos meus parceiros em cena havia trabalhado em produções cômicas, então posso dizer que recebi aulas diárias. Realmente gostei e me fez perceber o quão divertida eu posso ser.
Chord, você e Jessica Collins são os forasteiros da vez. Como foi se enturmar com essa equipe latina e encarar o idioma espanhol?
Não foi fácil. Estudei espanhol no ensino médio, há muito tempo. Nunca imaginei estar em um elenco repleto de estrangeiros. Está sendo revigorante aprender e descobrir mais sobre a cultura mexicana e o idioma, que considero muito bonito e amigável. Quem mais me auxiliou nesse desenvolvimento foi o Fernando (Carsa). Durante as refeições no set de filmagem, todos falavam em espanhol e eu ficava observando. Fernando, sentando ao meu lado, me ajudava a compreender o contexto dos temas que eram discutidos. Agora posso dizer que não sou o mais quieto dos integrantes na mesa do almoço (risos). Foi desafiador, claro, mas muito divertido. Me sinto em uma bagunça na qual estou conseguindo organizar.
Vanessa Bauche (Nora, mãe de Maximo)
Vanessa, você sempre será a estrela de Amores Brutos (2000). E vejam só, hoje você não é mais a moça inexperiente e assustada. Você é a mãe responsável e protetora. Que diferença, não é mesmo?
Bem, 22 anos! (risos). Estávamos falando nesta manhã sobre isso, comunicação assertiva que vem da família. Susana, do filme de Alejandro González Iñárritu, é um exemplo perfeito do que acontece com uma jovem mulher adolescente sem uma rede de apoio, ficando a mercê do que a sociedade vai lhe oferecer. Você pode ser acolhido por alguém positivo e saudável, mas também pode ser vítima de violência psicológica, algo que acontece muito no México. Nora é o contrário disso, desconstruindo a ideia de mãe mexicana ultraconservadora que afasta os filhos. Claro que ela possui suas dificuldades de entendimento, mas abriga e compreende Sara (Regina Reynoso), sua filha homossexual. Estou muito feliz em poder dar vida a essa personagem que representa raízes da nossa cultura, mas que também possui habilidades emocionais progressistas.
Fernando Carsa (Memo, melhor amigo de Maximo)
Fernando, a equipe e os leitores do Papo de Cinema querem te fazer uma pergunta muito importante. Mesmo em sua estreia na TV, qual a sensação de ser o melhor personagem da série?
Puxa vida! (risos), estou lisonjeado com isso. E, sim, a série foi a primeira produção da minha carreira. Confesso que nunca pensei que conseguiria o papel de Memo, tão importante para a construção de identidade do Maximo. Estou apaixonado pela história, pelos amigos que estou fazendo e pela recepção do público. Confiaram em mim para ser um alívio cômico e transmitir uma mensagem de aceitação e positividade. Sinto que estou correspondendo. No momento, minha maior preocupação é que as pessoas riam mais na segunda temporada do que riram na primeira.
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