O personagem de Tom Hanks me deixaria confortável para fazer uma viagem em um navio de carga como o que ele comandou durante o filme Capitão Phillips (2013). Sério, compenetrado e muito competente, ele é o principal personagem desse longa que conta a história real vivida pelo capitão Richard Phillips, teve o cargueiro atacado por piratas na costa da Somália.
Os piratas, por sua vez, eram criaturas paupérrimas que, obrigados por poderosos mafiosos, roubaram as cargas valiosas dos grandes navios. Além disso, também sequestravam pessoas importantes para conseguir valores altos como resgate.
O filme mostra os EUA transportando alimento aos países mais pobres e também o lado humano dos piratas que querem apenas conseguir o que vieram buscar sem machucar ninguém. Estão lutando por sua sobrevivência em um continente que não tem lá grandes oportunidades.
O embate entre o competente capitão, que consegue através de artimanhas e estratégias proteger sua tripulação, e o chef dos piratas somalianos, Muse, muito bem interpretado pelo ator Barkhad Abdi, mostra mais do que um jogo de poder para definir quem sairá ganhando. O filme mostra também a situação do mundo, onde nem todos são ricos e poderosos e como agem os mais pobres e oprimidos que, em total desespero, buscam a qualquer custo sobreviver.
Os somalianos queriam apenas chegar ao objetivo final da missão, e o chefe do grupo mostrava, vez que outra, resquícios de preocupação e humanidade nos diálogos com o Capitão Phillips. De um lado, um americano tentando resguardar sua equipe, sua carga e honrar a bandeira de seu país. Do outro, um africano querendo vingar-se de toda a injustiça do mundo e, ao mesmo tempo, querendo sair dali, daquela situação tensa e navegar de volta para casa em paz, se caso isso fosse mesmo possível. Não sendo, busca a última saída: sequestrar o capitão para conseguir um valor maior pelo resgate.
A partir daí, Capitão Phillips gira em torno dos piratas, do capitão sequestrado e toda a força americana tentando salvá-lo. Em uma das últimas cenas do filme o capitão, que até agora mantinha-se calmo, concentrado e muitas vezes frio em suas decisões, entra em desespero total dando a oportunidade ao ator Tom Hanks mostrar mais uma vez porque é tão requisitado e premiado no cinema mundial.
Só não vai perder a estatueta para o novato Barkhad Abdi, o sósia de Ronaldinho Gaúcho que em seu primeiro papel no cinema conseguiu ser indicado ao Oscar como Melhor Ator Coadjuvante. De motorista de táxi, o imigrante virou famoso mundialmente por contracenar com Tom Hanks e não deixar a peteca cair.
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Excelente interpretação de Barkhad Abdi e também assustadora como o pirata. Atuar ao lado de Tom Hanks, um ícone do cinema não deve ter sido fácil. Não poderia passar despercebido o seu talento ao ser indicado ao Oscar de melhor coadjuvante. Parabéns Barkhad.