INDICADOS

 

O Sindicato dos Figurinistas de Hollywood – Costume Designers Guild – tradicionalmente divide a sua premiação em três categorias de cinema: Filmes Contemporâneos, Filmes de Época e Filmes de Fantasia. Da primeira, o único que chegou até o Oscar foi La La Land. Da segunda, temos dois concorrentes: Florence e Jackie. E da terceira, temos o finalista Animais Fantásticos e Onde Habitam. Como se percebe, o único que pelos próprios figurinistas não emplacou em alguma das quinze vagas disponíveis – são cinco em cada uma – foi Aliados. Não é preciso dizer, portanto, que este é o com menos chances de levar a estatueta dourada.

 

 

FAVORITA/TORCIDA: Mary Zophres, por La La Land: Cantando Estações
Indicada ao Oscar pela primeira vez pelo excelente trabalho apresentado em Bravura Indômita (2010), Mary Zophres volta à disputa pelo maior prêmio de Hollywood agora na condição de total favorita. Este trabalho, afinal, é o único dos laureados pelo Sindicato dos Figurinistas (os outros dois foram Estrelas Além do Tempo, como Filme de Época, e Doutor Estranho, como Filme de Fantasia) a estar também disputando o Oscar. Premiado pelos críticos de San Diego – os mesmos que escolheram Sônia Braga, por Aquarius, como Melhor Atriz do ano – foi indicado ainda ao Bafta e ao Critics Choice Awards. E, por fim, apresenta um trabalho excepcionalmente competente, porém discreto, que está à serviço da história e não tenta chamar atenção para si próprio – como ocorre, aliás, com muitos dos seus colegas desta seleção.

 

AZARÃO: Madeline Fontaine, por Jackie
Até os figurinistas se manifestarem através de sua própria premiação – a Costume Designers Guild Awards – Madeline Fontaine era a favorita. E isso por ter ganhado os dois principais duelos anteriores com La La Land: o Bafta e o Critics Choice. A figurinista francesa – possui dois César, o prêmio da Academia de Cinema da França, por Eterno Amor (2005) e por Séraphine (2008), além de outras seis indicações – apresenta neste seu primeiro trabalho em Hollywood reproduções extremamente fiéis dos figurinos usados pelas figuras histórias neste filme retratadas, em especial os icônicos modelos vestidos com graciosidade pela ex-Primeira Dama Jacqueline Kennedy. Algo, obviamente, repleto de méritos, porém marcado por uma inegável verdade: não deixa de ser uma cópia, ao invés de algo criativo e original.

 

ESQUECIDA: Renee Ehrlich Kalfus, por Estrelas Além do Tempo
Joanna Johnson e Consolata Boyle estão em suas segundas indicações, enquanto Collenn Atwood já possui três estatuetas em casa – por Chicago (2002), Memórias de uma Gueixa (2006) e Alice no País das Maravilhas (2010). Ou seja, são todas profissionais de respeito no meio. Renee Ehrlich Kalfus – figurinista de filmes como Chocolate (2000), Regras da Vida (1999) e Os Últimos Passos de um Homem (1995), todos indicados ao Oscar de Melhor Filme –  ainda está esperando ser lembrada pela Academia. E o reconhecimento poderia ter vindo neste ano pelo incrível trabalho em Estrelas Além do Tempo, um filme de época, porém sobre uma temática bastante específica – mulheres negras que trabalhavam na NASA e contribuíram de forma determinante pelo sucesso dos EUA na corrida espacial – e para o qual ela criou roupas e adereços que se adequam perfeitamente às necessidades dos personagens. Tanto que foi reconhecida por seus pares, tendo sido premiada pelo Sindicato dos Figurinistas.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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