INDICADAS:

 

No geral, a categoria mais concorrida no Oscar sempre acaba sendo a de Melhor Atriz, algo que não ocorre este ano, em que é dada como certa a vitória de Cate Blanchett (por Blue Jasmine, 2013). Em 2014, a categoria mais competitiva é certamente a de Atriz Coadjuvante. Reunindo um time de intérpretes em grandes performances, a academia acabou indicando algumas coadjuvantes de filmes que também estão presentes na categoria de Atriz, caso de Sally Hawkins (por Blue Jasmine) e Julia Roberts (por Álbum de Família, 2013). Impulsionadas pelas indicações das companheiras Cate Blanchett e Meryl Streep, Hawkins e Roberts trazem performances realmente destacáveis nesse ano, a primeira como irmã da instável Jasmine e a outra como a filha da também complicada Violet. Porém, nem de longe são consideradas a ganhar a estatueta. São, digamos, as zebras da categoria. Mas por outro, a competição fica acirrada ao colocar lado a lado Jennifer Lawrence, em Trapaça (2013), com a sua agitada Rosalyn, e Lupita Nyong’o com a sua forte Patsy em 12 Anos de Escravidão (2013). Na categoria ainda se encontra June Squibb, que reprisa a parceria com Alexander Payne (iniciada em As Confissões de Schmidt, 2001) em Nebraska (2013).

 

Favorita: Lupita Nyong’o, nova sensação e revelação do ano, pode levar seu primeiro Oscar pela forte e impetuosa Patsy. A seu favor estão as vitórias no SAG (Sindicato dos Atores, forte termômetro para o Oscar), no Critics Choice e em outras 20 premiações de críticos e festivais. Por outro lado, sua forte concorrente é Jennifer Lawrence, que venceu o Globo de Ouro e outros oito prêmios da crítica. Espero fortemente que a academia pare de tentar fazer David O. Russell acontecer como um grande diretor do cinema americano. Jennifer talvez nem mereça aquele Oscar por O Lado Bom da Vida (2012), mesmo sendo uma excepcional atriz. Entender o exagero de indicações a Trapaça é difícil. Estas vitórias de Lawrence também. Tudo soa exagerado. É por isso que a performance de Lupita, que vem tomando espaço em premiações importantes, pode levar a estatueta.

 

Torcida: Ela não leva. Porém, Barb é, certamente, uma das melhores performances da carreira de Julia Roberts, se não for a melhor de todas. Em um filme morno como Álbum de Família, o que se destacam são as atuações e com uma Meryl Streep em cena, fica difícil segurar a peteca, muitas vezes. Como ficar à altura de uma atriz que se sobressai? Roberts conseguiu facinho. Em uma das cenas mais explosivas, Barb se torna tudo o que tanto teme, a própria mãe. Assistimos a eterna “linda mulher” virar uma bomba relógio na tela. Se existe algo válido nesse fraco filme de John Wells, é a interpretação de Julia.

 

Azarão: Citar um azarão nessa categoria é pouco, afinal, a guerra na categoria é centrada entre Lawrence e Nyong’o. Mas de todos os nomes, a maior zebra nesta história é Sally Hawkins. Apesar de muito bem como a irmã de Jasmine, a atriz não figurou vitórias em premiações de sindicatos e associações. Diferente de June Squibb, que angariou indicações e ainda uma premiação. Esta indicação de Hawkins ao prêmio serve também como um pedido de desculpas pela sua ausência por Simplesmente Feliz, uma das melhores performances de 2008 que a Academia deixou passar em branco.

 

Esquecida: Logo após a estreia de O Mordomo da Casa Branca (2013), só se falava em Oscar. E em Oscar, especialmente, para uma performance, a de Oprah Winfrey. Porém, com o andar da carruagem, O Mordomo… acabou perdendo espaço, a campanha em torno do filme se perdendo, afinal, estreou lá no verão americano, em meados de agosto. Winfrey foi perdendo e perdendo espaço. Merecia a indicação pelo papel da mulher do mordomo do título, Gloria Gaines, personagem que flerta com o cinema melodramático de Douglas Sirk.

 

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é graduado em Cinema e Animação pela Universidade Federal de Pelotas (RS) e mestrando em Estudos de Arte pela Universidade do Porto, em Portugal.
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