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Sinopse

Depois de muita busca, fotógrafo encontra sua modelo perfeita. Ela é uma jovem tímida e linda, que é levada para Paris para brilhar e deixar o rival do fotógrafo morrendo de inveja.

Crítica

Audrey Hepburn foi uma das maiores divas da era de ouro de Hollywood, seja pelo talento – ganhou o Oscar de Melhor Atriz logo em sua estreia, no romântico A Princesa e o Plebeu (1953) – pelos romances – com astros como Willian Holden e Mel Ferrer – ou pelo trabalho assistencial ao redor do mundo que desenvolveu com a Unicef nos últimos anos de vida. Mas talvez sua marca mais forte até hoje seja como ícone fashion, influenciando conceitos e tendências, ao lado de grandes nomes como Hubert Givenchy e Edith Head. E o filme que deu início a tudo isso foi justamente Cinderela em Paris, em que aparece como o típico patinho feio: a moça desajeitada de Nova York que é descoberta por um fotógrafo e acaba conquistando o mundo da moda na cidade de mais estilo e glamour do planeta: Paris!

Esse foi um projeto complicado para Audrey. Na época recém casada com Ferrer – que havia conhecido durante as filmagens do épico Guerra e Paz (1956) – não queria se afastar durante muito tempo dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo foi convidada também para estrelar a adaptação para o cinema de Gigi, texto que interpretou nos palcos. Mas tudo acabou ficando para trás em nome da oportunidade de trabalhar com o mito Fred Astaire (já consagrado astro de filmes como O Picolino, 1935, e Núpcias Reais, 1951) e o mestre Stanley Donen (dos clássicos Cantando na Chuva, 1952, e Sete Noivas para Sete Irmãos, 1954). E lá se foram os três para a capital da França (o filme foi inteiramente filmado em locação), construir juntos um dos mais encantadores contos de fada da história do cinema.

Dick Avery (Astaire) é um famoso fotógrafo que trabalha na revista de moda mais importante dos Estados Unidos. Para o lançamento de uma nova edição, ele decide encontrar “um rosto novo” que revolucione os antigos visuais. E isso acaba acontecendo ao se deparar com Jo Stockton (Audrey), uma atendente numa pequena livraria. Avessa à modismos, ela acaba aceitando a proposta apenas porque deseja conhecer um importante guru intelectual francês – e a chance de ir até Paris não pode ser desprezada tão facilmente. No caminho, os dois – garota e profissional – acabam se conhecendo melhor, se afeiçoando um pelo outro. Ao mesmo tempo, ela irá perceber que o trabalho dele não é vazio e superficial como imaginava, assim como ele irá descobrir nela novos elementos de atração.

Anos depois Audrey Hepburn foi inteiramente dublada nas canções do musical Minha Bela Dama (1964). Pelo que vemos em Cinderela em Paris, essa deve ter sido uma decisão equivocada, pois aqui ela não só dança como canta muito bem, defendendo com vigor e energia todos os momentos musicais do filme. Claro que o romance entre os dois protagonistas não convence tão perfeitamente – eles tinham 30 anos de diferença de idade – mas o charme e a magia da França fazem sua parte, entretendo à contento os espectadores. É quase como uma versão mais adocicada do recente O Diabo Veste Prada (2006), sem tanta sátira ou cinismo, mas mesmo assim sem se eximir em traçar suas críticas – para ambos os lados enfocados. Uma obra deliciosa, para alegrar os fãs dos dois astros e deixar qualquer um sonhando com um “... viveram felizes para sempre”!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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