Crítica

O filme Filha do Mal, com direção de William Brent Bell, não traz maiores novidades na questão de exorcismos em relação a filmes anteriores do gênero, podendo-se citar aqui títulos como o clássico O Exorcista (1973), e os recentes O Exorcismo de Emily Rose (2005) e O Ritual (2011). Como protagonista está a atriz Fernanda Andrade, brasileira que mora nos Estados Unidos desde pequena. Ela interpreta uma jovem norte-americana que procura entender o que aconteceu com sua mãe, que está em uma instituição psiquiátrica em Roma depois de ter assassinado três pessoas durante uma sessão de exorcismo.

Este longa-metragem usa de um artifício já utilizado em filmes como A Bruxa de Blair (1999), o de apresentar um documentário sendo feito dentro do filme. Ou seja, a jovem, acompanhada do namorado, vai a Roma visitar a mãe e resolve filmar todo o processo de sua descoberta sobre possessões demoníacas. O fato de utilizar este estilo de “câmera na mão” é um artifício que o exime de um maior investimento visual em fotografia e uma saída que se justifica perante uma produção que teve baixo orçamento para os padrões dos EUA. Mas isso pode incomodar o espectador acostumado a melhores produções do gênero, além de se valer de sustos “fáceis”, como o latido inesperado de um cachorro junto a um muro por onde passa a jovem.

Procurando compreender como ocorrem os exorcismos a garota vai a "1" (!) aula de um curso e, depois de algumas conversas, passa a acompanhar dois padres que se dedicam a libertar possessos. A novidade que se encontra aqui é que estes presbíteros procuram aliar estudos científicos para diagnosticar uma possessão de uma doença mental, mas o assunto não é aprofundado. Para não contar a trama, ressalto apenas que os momentos de maior terror são reservados à transferência de um demônio de uma pessoa para outra. Mas padres hesitantes e despreparados deixam a desejar. E, na sessão em que fui assistir ao filme, houve risadas após o final, que se pode dizer, é um tanto inesperado.

 

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é Mestre em Comunicação Social pela PUCRS, com ênfase nos Estudos Culturais. Formada em Publicidade e Propaganda e em Jornalismo pela UFRGS. Trabalha como repórter na área cultural no jornal Correio do Povo, em Porto Alegre.
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