Novamente, uma importante discussão brasileira foi reconhecida em âmbito internacional. No último domingo, 15, o documentário nacional Rolê: Histórias dos Rolezinhos foi condecorado com o Grande Prêmio Visão (Vision Award: Grand Prize), na 25ª edição do Flickers Rhode Island International Film Festival (RIIFF), evento que ocorreu entre 09 e 15 de agosto, nas cidades de Providence e Newport, nos EUA. Ainda inédito no Brasil, a produção dirigida por Vladimir Seixas abraça temas como racismo, discriminação, ocupação do espaço e resistência do povo negro e periférico. Segundo o realizador, o debate sobre o filme no festival foi “extremamente positivo” e que sua boa recepção em ambiente estrangeiro talvez possa “impulsionar a estreia no Brasil”.

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Entre 2018 e 2020, para a construção do longa, Seixas acompanhou três importantes personagens do movimento dos rolezinhos e seus desdobramentos: Jefferson Luís, o organizador de um dos primeiros e maiores rolezinhos, eleito uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil pela Revista Época, em 2014, a artista e performer mineira Priscila Rezende, que organizou uma ação coletiva em um shopping baseada em sua performance “Bombril”, de 2010, e Thayná Trindade, empreendedora negra e fundadora da Uzuri Acessórios, que organizou uma manifestação dentro do shopping Plaza em Niterói/RJ após sofrer racismo por parte de um vendedor de loja, em um caso que viralizou nas redes sociais, em 2014.

MAS O QUE É UM ROLEZINHO?

O movimento dos Rolezinhos começou a repercutir entre 2013 e 2014. Jovens entre 13 e 16 anos organizavam encontros por meio das redes sociais para reunir um número grande de pessoas em shoppings, parques e outros locais destinados ao lazer. Entretanto, lojistas mostraram-se desgostos em relação á prática, já que muitos dos adolescentes não tinham dinheiro para consumir nos arredores de seus estabelecimentos. Muitos, inclusive, foram vítimas de racismo e perseguição por parte de policiais e seguranças.

Neste cenário, Vladimir documentou a perseguição, a criminalização e a violência a partir desses personagens, que participaram de rolezinhos e trouxeram suas memórias, marcas e traumas para a tela. A produção conta também com cenas do curta-metragem Hiato (2008), também do diretor. E aí? Ficou interessado? Confira o trailer abaixo:

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios e revistas como colunista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: [email protected]

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