Hoje, 24 de julho, às 20h, acontece em Porto Alegre mais uma edição do Projeto Raros na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar). A atração será o pouco conhecido Cuadecuc, Vampir (1970), dirigido pelo catalão Pere Portabella. A sessão, com entrada franca, é uma homenagem a Christopher Lee, ator monumental que nos deixou no último mês.

O longa se constrói através de filmagens de Conde Drácula (1970), de Jesús Franco, com Lee, Maria Rohm e Soledad Miranda no elenco. Foi rapidamente percebida como uma alegoria sobre a vampirização do povo espanhol pelo regime do general Francisco Franco, mas também como uma desconstrução do cinema de horror clássico e uma homenagem aos primeiros filmes sobre a história do vampiro, especialmente Vampyr (1932), de Carl Theodor Dreyer e Nosferatu (1922), de F. W. Murnau.

Com liberdade total e financiamento próprio, o filme de Portabella marca a transição do Novo Cinema Espanhol (permitido pelo Estado) a um período clandestino, ilegal e de total oposição às práticas do regime de Franco. Ele exerce dois tipos de violência sobre a narrativa original do filme de Jesús Franco: elimina a cor e substitui a trilha sonora por uma paisagem de colisões entre imagem e som, em colaboração com Carles Santos. A imagem em 16mm força tensões entre o preto e branco, que favorecem o estranho materialismo fantasmático de uma análise reveladora dos mecanismos de construção do ilusionismo do cinema narrativo tradicional.

Nos anos 1970, com o endurecimento dos últimos anos do regime franquista, Portabella teve seu passaporte cancelado e acabou proibido de realizar filmes no país. Cuadecuc, Vampir foi exibido em Cannes e no MoMa, em Nova York, sem a presença do diretor.

(Fonte: Sala P. F. Gastal)

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